Por Gilberto Dimenstein da Folhade São Paulo Nesses primeiros passos eleitorais, já deu para perceber que o foco dos ataques dos tucanos contra o PT será a suposta falta de experiência de Dilma Rousseff em comparação com José Serra.
A ideia é mostrar a ex-ministra como uma dependente química de Lula.
Será que pega? É preciso ser um ignorante para deixar de reconhecer a qualificação de José Serra.
Poucos brasileiros estariam hoje tão preparados como ele para ser presidente.
Mas o fato é que Dilma passou toda a sua vida envolvida na política e, na gestão Lula, conheceu a intimidade da máquina administrativa: faz parte de um time que com bons resultados a mostrar.
Já comentei aqui que considero Fernando Henrique Cardoso um injustiçado.
Os efeitos de sua administração são mais importantes do que a população reconhece, a começar do controle da inflação, melhor controle dos gastos públicos e a arquitetura de programas sociais –um dos efeitos, inclusive, foi a base para Lula alcançar tanta popularidade.
Quando assumiu a presidência, FHC –com suas passagens nos ministérios da Fazenda e Relações Exteriores– tinha tanta experiência administrativa quanto Dilma tem hoje.
Aliás, a ex-ministra tem agora muito mais vivência na máquina pública do que Lula tinha ao assumir.
Vamos lembrar que, neste momento, o próprio Serra reconhece os méritos do atual governo. É inegável que Dilma candidata sem Lula não existiria.
Daí a ela ser dependente quimicamente de Lula, suspeito que tenha nessa crítica uma pitada de machismo.