Do Blog de João Bosco Rabello, no estadao.com.br O governo comete um grande equívoco ao fixar como parâmetro para demissões de autoridades a comprovação de crime.
Um crime produz consequências além da exoneração – desde o processo judicial até a pena estabelecida pelo juiz.
Antes desse estágio existe o comportamento imposto pelo cargo, o decoro que o Congresso cuidou de desmoralizar em sucessivos escândalos envolvendo políticos.
Não há julgamento e nem condenação antecipada do secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, como reclama o próprio.
Há de sua parte a demonstração inequívoca de promiscuidade no exercício da função.
A desenvoltura com que negocia com um mafioso condenado por contrabando é mais do que suficiente para que ele próprio tome a iniciativa de pegar o boné.
O episódio vai tomando a forma de tantos outros em que os protagonistas de escândalos negam imagens e gravações e se dizem vítimas da mídia.
Quanto mais negam, mais evidências surgem comprovando as denúncias.
Hoje, o Estadão traz mais uma matéria do repórter Rodrigo Rangel que agrava a situação de Tuma Júnior.
E novas gravações telefônicas da Polícia Federal comprometedoras.
A principal delas flagra Tuma Jr. pedindo para livrar um político detido ao embarcar para o exterior com U$ 160 mil não declarados.
Confiram aqui as transcrições de diálogos entre Tuma Jr. e subordinados.
A reportagem completa está no jornal de hoje e no portal Estadão.com.br.