Do JC: Às vésperas do anúncio do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) sobre se vai ou não disputar o governo do Estado, o senador Sérgio Guerra (PSDB) se antecipou e colocou, ontem à noite, um fim a parte do mistério: desistiu de renovar o mandato e vai disputar uma vaga à Câmara dos Deputados, como já se comentava.
O tucano, contudo, não quis adiantar se a resposta do peemedebista hoje será pelo “sim” ou pelo “não”.
Todos os oposicionistas, contudo, estão certos de que Jarbas aceitará o desafio de enfrentar o governador Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição.
Ontem, na Ilha do Retiro, onde acompanhou a final do Campeonato Pernambucano, entre Sport e Náutico, o senador deu a dica.
Indagado por um torcedor se seria candidato, o peemedebista informou: “Amanhã eu respondo”.
Não satisfeito com a resposta, o torcedor insistiu: “É sim ou não?”.
Ao que o senador disparou: “Vou à luta”.
E saiu, acompanhado do ex-deputado Roberto Freire.
Para mostrar que está em sintonia com Jarbas – e sinalizando que a posição do peemedebista deve ser pelo sim –, Guerra afirmou ontem que fará “um esforço transcendental” para estar ao lado de Jarbas na entrevista coletiva que o ex-governador concede, hoje, às 15h, em seu escritório político.
O tucano deixou claro que comunicou a sua decisão ao próprio Jarbas ontem e que, apesar de não viabilizar a reedição da chapa majoritária de 2002 – como o peemedebista defendia –, não há nenhum mal-estar entre os dois.
Guerra disse que agora poderá colaborar, ainda mais, com a campanha em Pernambuco e cumprir com o seu papel de presidente nacional do PSDB e coordenador-geral da campanha do presidenciável José Serra (PSDB).
O senador admitiu que, se mantivesse esses compromissos e a candidatura majoritária, teria “dificuldade” de se reeleger.
As pesquisas das legendas indicam que a eleição para o Senado será acirrada.
Das duas vagas destinadas a Pernambuco, uma deve ficar com o governo e a outra com a oposição.
Nesse segundo caso, o nome mais forte é o do senador Marco Maciel (DEM), que tentará renovar o mandato. “Já faz alguns dias que manifestei meu desejo de disputar a reeleição e cumprir o compromisso com o meu partido, mas era uma tarefa difícil.
Refleti e ouvi os aliados, os amigos e a família.
Conversei com muita gente e decidi disputar a eleição para a Câmara Federal”, explicou.
SEM COBRANÇA Em relação às cobranças que irão surgir sobre o compromisso dos prefeitos de seu grupo com a campanha da oposição, uma vez que boa parte deles já está no palanque de Eduardo, Guerra preferiu reagir com ironia. “Não sou coronel e não vou falar sobre isso.” E lembrou: “Jarbas foi governador com pouquíssimos prefeitos (em 1998) e perdeu com o apoio de uma centena (na campanha de Mendonça Filho, em 2006)”.
Quando foi indagado sobre quem poderia substituí-lo na majoritária disse não ter “a menor ideia”.
Independentemente da sua decisão, Jarbas já confessou estar sem motivação pessoal necessária e, agora, está sem a composição da chapa desejada – dois fatores essenciais para mobilizar a militância.
Apesar disso, a oposição afirma que Jarbas é o único nome do grupo que pode enfrentar, de forma competitiva, Eduardo Campos.
Os assessores de Jarbas não convocaram os líderes das legendas aliadas para a entrevista, mas todos devem ir.
José Serra é o principal fiador da eventual pré-candidatura de Jarbas.
Ele assegurou ao peemedebista que a cúpula tucana vai se integrar totalmente à campanha em Pernambuco.
O que significa, em português claro, apoio político e financeiro.
Mesmo assim, a oposição ainda não sabe quem ficará no lugar de Guerra.
Para os aliados, sem a presença do líder maior do PSDB, a vaga pode ser destinada a outra legenda.
A principal preocupação é escolher alguém que tenha credibilidade política e voto, afastando assim a sensação de que estaria apenas “tapando um buraco”.