Foto e texto: Chico Ludermir O último dia para tirar o título de eleitor lotou o Forte das 5 pontas.

A espera chegou a 5 horas e a fila ia até o viaduto Cinco Pontas.

A maioria, tentava tirar o primeiro título.

Jovens entre 16 e 18 anos arranjaram maneiras para passar o tempo.

O guarda-chuva era constante.

Protegeu da chuva da manhã e do sol que veio forte durante a hora do almoço.

Outras soluções foram o radinho, o fone de ouvido, a conversa com desconhecidos e até mesmo uma cerveja gelada.

Quem deixou para a última hora, pagou caro com a espera, mas sem abandonar o bom-humor.

Já era meio-dia e Aimê, 17, estava desde as nove na fila. “É o direito da gente, é importante.

Lutamos tanto para adquirir o sufrágio universal”, reconhece ela, que aproveitou a fila para conhecer gente. “Conheci uma galera massa e daqui vou sair com eles”, sorriu.

A maioria dos jovens entrevistados reclamou muito da obrigatoriedade do voto.

Diziam que se não fosse compulsório não estariam ali.

A razão, além da fila, era a relação negativa com a política.

Tiago Leal de 18 anos, chegou às 7h15 e, ao meio dia, ainda aguardava junto com os amigos.

Escolheu para passar o tempo tomar algumas cervejas.

Foram quatro. “A fila estava lá atrás do viaduto.

Já teve sol, chuva.

Mas tem que ter os documentos todos para trabalhar”.

Perguntado se viria se não fosse obrigatório, foi incisivo. “Claro que não”.

Rodrigo veio na quarta-feira, mas desistiu quando viu a fila, “tinha muita gente e calor”.Acabou deixando para o último dia. “Só estou vindo por que é obrigatório tem que mostrar na faculdade e no trabalho.

Mas, vou votar nulo”, afirmou.

Já com o título em mãos, Luana Cavalcante reclamou do cansaço. “Sol quente e chuva.

Para quem não trouxe sombrinha…” Mas não era só reclamação. “Estou feliz, acho que é muito importante.

Vim para ter o direito de voto para poder fazer alguma coisa”, disse ela depois de cinco horas de espera.

Além daqueles que tentavam tirar o título, alguns arrumaram jeito de lucrar com a espera coletiva.

Kátia da Silva estava na cabeça da fila. “Para mim aqui é um foco de ganhar dinheiro", definiu.

Além dela, outros tantos ambulantes e um plastificador de títulos também aproveitaram o memento para vender mais.

Quem não tirar o título hoje não vota mais nesta eleição, pois, segundo Orson Lemos, assessor da corregedoria, não haverá prorrogação do prazo.

Vai até às 18h.

Ele avaliou como normal a grande movimentação mas assegura que 50 máquinas estavam funcionando para a confecção de títulos.