AE - Agência Estado Impulsionado pela pressão popular, o projeto “Ficha Limpa”, que impede a candidatura de políticos com condenações na Justiça, deve ser votado hoje na Câmara dos Deputados.

O plenário da Casa promete analisar tanto a urgência da proposta como o mérito.

Em seguida, a matéria será encaminhada ao Senado, onde se fala em análise rápida.

Em ano eleitoral, há senadores que defendem a aprovação sumária do projeto para livrar a Casa da marca de corporativista.

Ontem, senadores defenderam que a proposta seja votada no Senado como vier dos deputados.

Qualquer eventual modificação no texto exige que a proposta volte para a Câmara, a Casa de origem, o que inviabilizaria a adoção da lei nas eleições deste ano.

Para valer nas próximas eleições de outubro, o texto tem de encerrar sua tramitação no Congresso e receber sanção presidencial até 6 de junho, antes do início das convenções partidárias.

No entendimento de alguns juristas, no entanto, mesmo que tal prazo seja obedecido, a lei só poderá valer para as eleições municipais de 2012.

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), faz coro.

Segundo ele, não há tempo para as regras, mesmo aprovadas, serem aplicadas em outubro.

Para senadores governistas e da oposição, o Senado não tem alternativa, a não ser votar rapidamente.

Caso contrário, a imagem da Casa, e sobretudo a deles, em ano eleitoral, seria fortemente arranhada. “Já digo aqui, que a disposição é votar o que vem da Câmara sem emenda, o que não significa que estejamos a aprovar o que veio da Câmara simploriamente.

Não. É que nós não temos outra saída”, disse o senador Pedro Simon (PMDB-RS).

Líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM) cobrou dos partidos políticos que também façam a sua parte, como maneira de impedir que candidatos envolvidos em “peculato, estelionato e sonegação fiscal” sejam candidatos nas eleições. “É hora de cada um mostrar a sua face, é hora de cada um dizer a que veio na vida pública. É hora de votar o projeto, com rapidez.

Lá (na Câmara) demoraram muito, mas se votarem agora se redimem.