O PSDB de 2010 é um partido diferente do PSDB de 2005.
Agora, critica Lula por ter convertido o 1º de Maio em evento eleitoral.
Antes, fazia a mesma coisa.
O vídeo acima foi gravado há cinco anos, numa festa organizada pela Força Sindical para celebrar o Dia do Trabalhador.
O homenageado de então era o tucano Geraldo Alckmin, à época governador de São Paulo e aspirante ao cargo de presidente da República.
Alckmin foi ao palco ao lado do presidente da central, o hoje deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT).
Paulinho da Força, como é conhecido, era na ocasião um crítico voraz da gestão Lula. “Convidei uma dupla para vir aqui cantar uma música para o Lula”, discursou Paulinho, no 1º de Maio de 2005.
Seguiu-se uma apresentação da dupla de repentistas pernambucanos Caju & Castanha.
Entoaram uma canção cuja acidez era denunciada já no título: “A Fome Zero Zerou”.
Diz o refrão: “A fome zero, zerou/tem gente passando fome/E a comida não chegou/Peço ao nosso presidente/que nos dê mais atenção/que essa tal de Fome Zero/tá uma esculhambação/Arrecada as comidas,/mas não chega pra o povão”.
Mais adiante, uma crítica ao Aerolula, o avião que o presidente adquirira pouco depois de chegar ao Planalto, em 2003: “Ele um dia até falou/que se viesse a ganhar/o salário dobraria,/para a fome acabar/ Mas comprou um avião/só pra ele passear”.
Atrás dos repentistas avistavam-se duas placas com logomarcas que indicavam o patrocínio estatal à festa de coloração tucana: Caixa Econômica e Petrobras.
E corria a música.
Depois de criticar Lula, Caju & Castanha cuidaram de injetar na letra um elogio ao homenageado ilustre: “Eu quero cumprimentar o Geraldo Alckmin,/e ele já está presente/tá escutando a gente/eu daqui, você de lá/lhe digo com muito amor,/é o melhor governador/que o Brasil pôde criar”.
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