Por Guilherme Mergen, Portal Terra Ao encerrar sua participação na 6ª edição da Marcha da Maconha no Rio de Janeiro, na tarde deste sábado, o ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc classificou a atual política de combate às drogas como “um desastre”.
Ele acompanhou a mobilização de mais de 300 pessoas por duas horas na zona sul da capital fluminense.
Para o ministro, apesar das alterações na legislação nos últimos 4 anos - uma das mudanças impede a prisão do usuário de maconha -, o País ainda precisa avançar no assunto. “A verdade é que o tema é tratado com uma hipocrisia generalizada.
A lei que impede a prisão do usuário tem muitas brechas, o que causa a detenção de milhares de pessoas.
A política de guerra adotada contra as drogas é um desastre.
A própria ONU admitiu isso”, disse ao Terra.
Mesmo fora da pasta do Meio Ambiente, Minc acredita que será novamente criticado por sua participação na passeata.
No ano passado, a Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados o convocou para se explicar sobre sua presença na mobilização. “Eu fui massacrado por cinco horas naquela reunião.
Foi uma hipocrisia o que fizeram comigo.
No entanto, é minha liberdade de expressão.
Quem vai à marcha é o Minc, não o deputado, o ex-secretário ou o ex-ministro”, afirmou.
Assim como em 2009, Minc foi o único político - atualmente, ele é deputado estadual no Rio de Janeiro - a participar da marcha neste ano.
Para ele, há uma visão equivocada do protesto. “Grande parte das pessoas, inclusive políticos, acha que o movimento faz apologia ao consumo.
No entanto, o grupo quer discutir o assunto, mostrar o quanto temos de evoluir para a descriminalização do consumo.
Não é liberar geral”, disse.