Rodeada de previsões sombrias, Marina Silva olha para as pesquisas de opinião e não vê motivo para pessimismo.

Parece enxergar na inanição dos índices uma grande oportunidade para engordar o seu percentual de intenção de votos.

Pois bem, de passagem por Curitiba, a presidenciável do PV falou para uma platéia de estudantes.

A certa altura…

Um aluno perguntou a Marina a quem ela dará apoio no segundo turno da eleição.

E a candidata: “Você sabe que às vezes eu fico me perguntando: será que as pessoas fazem essas perguntas pra Dilma e pro Serra…” A platéia dividiu-se entre os risos e as palmas.

E Marina prosseguiu: “Isso é o determinismo histórico.

A gente olha pras coisas e parece que estão já dadas…” “…Lá no Acre, que saí pela primeira vez para o Senado, eu tinha 3%. […] O senador Nabor Jr. tinha 65%.

O senador Aloisio Bezerra, 40%..

Contou que, na rua, enfrentava o deboche de algumas pessoas: “E aíííí, senadora, fala senadora…” Marina disse que, agora, enfrenta a galhofa dos colegas de Senado. “Os nobres colegas fazem isso o tempo todo: Fala, presidente…” “…Eu digo: cuidado que os anjos dizem amém a cada segundo.

E os anjos dizem mesmo porque, no primeiro mandato [de senadora]… “…Gastando o montante de recursos de R$ 32 mil, eu me elegi a senadora mais votada do Estado do Acre.

E o que tinha 65% terminou em segundo lugar”.

Marina concluiu: “As coisas não são tão determinadas quando se trata da consciência, do desejo e da visão de um povo que se destina a mudar…” “…Então, eu só discuto segundo turno no segundo turno.

Quem não for pro segundo turno comigo, eu vou conversar com ele”.

Ouviram-se aplausos.

Como o Brasil é mais complexo que o Acre, Marina talvez perca a eleição.

Mas, pelo menos, não perde o senso de humor.