Do JC de hoje O Estado vai entrar na disputa para receber a central de energia nuclear que o governo federal planeja implantar no Nordeste, segundo o secretário estadual de Recursos Hídricos, João Bosco.
O primeiro passo para isso será a inclusão do empreendimento no Plano Decenal de Energia (PDE), que indica as empresas de geração que devem ser implantadas.
A central deve receber um investimento de cerca de R$ 9 bilhões, que será bancado pelo governo federal. “A entrada do empreendimento no PDE é fundamental para que ele saia do papel”, disse ontem o secretário, durante a 9ª Reunião do Conselho Deliberativo (Condel) da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que ocorreu na sede da autarquia. “O PDE que está para sair não tem nada de empreendimento nuclear, além de Angra III.
Estamos propondo que a Sudene faça um debate sobre energia nuclear, eólica, os aproveitamentos que podem ser feitos nos rios São Francisco e Parnaíba e dê uma contribuição organizada ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)”, afirmou o governador Eduardo Campos, durante a reunião do Condel.
Nessa “contribuição organizada”, os governadores – que fazem parte do Condel – indicariam quais os empreendimentos de geração que são prioritários para a Região e depois apresentariam as sugestões para o CNPE, colegiado que aprova o plano decenal.
A implantação de uma usina nuclear no Nordeste foi discutida na 9ª reunião do Condel.
Além de Eduardo, o evento contou com a presença do governador do Ceará, Cid Gomes, dos vice-governadores Belivaldo Chagas Silva (Sergipe) e Luciano Cartaxo (Paraíba), e do ministro da Integração Nacional, João Santana.
O assessor da presidência da Eletronuclear, Leonam Guimarães, fez uma apresentação sobre a implantação da central nuclear na Região.
Segundo ele, a usina não poderá ser instalada no litoral e ficará próxima ao Rio São Francisco.
Pelo menos quatro localidades estão sendo estudadas, incluindo uma em Belém do São Francisco, no Sertão.
DÍVIDA Em ano eleitoral, o Condel aprovou a renegociação dos débitos de empresários com o Fundo Constitucional do Nordeste (FNE).
Eles podem fazer a repactuação das dívidas com um piso de 30% dos valores devidos ou então com os bens que poderão ser usados numa execução judicial.
Vale o que tiver maior valor.
Antes, esse piso era de 50% do valor do débito.
Os empresários da Região têm uma dívida de R$ 5 bilhões com o FNE.