Por Adriano Oliveira – Cientista Político Parece ser um debate interminável.
Mas não é.
Continuo acreditando que Jarbas Vasconcelos será candidato ao Governo do Estado.
Tenho dúvidas, claro!
As minhas incertezas advêm do fato de que Jarbas precisa da garantia do PSDB para ser candidato.
Como já frisei outras vezes: Jarbas será candidato ao governo se o PSDB lhe garantir “estrutura” de campanha.
A presença de Sérgio Guerra no palanque de Jarbas representa esta garantia.
Continua na imprensa o debate interminável (este sim é interminável!) de que a oposição não tem chance de vencer a eleição para o governo nem para o Senado.
Quando escuto afirmações de que Jarbas não tem condições de derrotar Eduardo Campos, procuro saber o que de novo aconteceu.
Apesar de procurar, não encontro nada.
Quem pode negar que Eduardo Campos é favorito?
Pesquisas mostram isto.
Mas quem pode negar que com Jarbas na disputa a eleição será acirrada?
Pesquisas também mostram isto.
Além disto, é necessário que os analistas analisem pesquisas, mas associem às suas análises aos eventos presentes na conjuntura.
Neste momento, a conjuntura beneficia Dilma e Eduardo Campos.
Ambos, repito, possuem leve favoritismo.
Mas os recentes erros de Dilma me fazem acreditar que a petista poderá parar de crescer.
Lula também pode perder o interesse em apoiar Dilma.
Em razão de quê?
Eventos surgem.
Acordos são construídos.
Caso os ventos soprem para Serra, a campanha de Jarbas poderá ser potencializada.
Embora, Jarbas já adentre na disputa com chances reais de sucesso.
Além disto, não devemos desconsiderar problemas que Eduardo poderá ter no instante em que for escolher os dois senadores.
Eduardo pode ir a Lula e pedir para que este impeça a candidatura de Humberto ao Senado.
Isto é difícil de acontecer?
Os recentes atos do PT local mostram que não.
Motivos, o governador tem.
E a disputa para o Senado?
Humberto e Armando já estão eleitos – esta é a afirmação de muitos.
Calma!
Marco Maciel é favorito para conquistar uma das vagas.
João Paulo seria o outro favorito.
Mas como este não está, no momento, na disputa, o jogo zera.
Neste caso, só Maciel é favorito.
Humberto Costa, Armando Monteiro e Sérgio Guerra, caso sejam candidatos, disputarão com chances similares.
E se Guerra decidir ser vice de Jarbas?
Algo impossível.
Mas talvez não seja.
E se Jungmann for candidato ao Senado, ao lado de Jarbas, Guerra e Maciel?
Esta chapa é competitiva.
Talvez seja a chapa ideal para a oposição. É claro que Dilma poderá crescer.
E Jarbas não ser candidato.
Com isto, Eduardo terá a sua reeleição facilitada.
Mas não tenho este mesmo raciocínio para o Senado.
As pesquisas mostram isto, inclusive a pesquisa encomendada pelo PT.
Na análise da disputa para o Senado, em razão de que o eleitor irá votar em dois candidatos, é necessário cruzar o voto do eleitor no primeiro candidato e verificar em quem ele vota para a segunda vaga do Senado.
Esta empreitada possibilita a construção de cenários plausíveis.
Mais uma vez repito: a disputa ainda não começou em Pernambuco.
Doutor Adriano Oliveira Professor Adjunto do Departamento de Ciência Política (UFPE)