O cientista político Antonio Lavareda (MCI), colunista semanal da Band News FM, analisou esta semana as eleições presidenciais da Colômbia, que ocorre daqui um mês.
Lá, houve uma reviravolta na sucessão e o candidato do Partido Verde (PV), Antanas Mockus, passou a liderar as pesquisas, frente o candidato do presidente do Uribe, Juan Manoel Santos (Partido Social de Unidad Nacional).
Nas pesquisas, o candidato verde cresceu, em menos de um mês, de 5% para 38%, enquanto o candidato do presidente - que tem alta taxa de aprovação, cerca de 70% - caiu de 29% para 5%.
Para Lavareda, o fato é explicado porque os colombianos, segundo os principais analistas, dizem, para explicar essa grande mudança, que os eleitores não vêem em Juan Manuel Santos, o candidato que represente o “Uribismo”.
Diante disso, segundo Lavareda, o presidente Uribe, apesar de ser “um aliado” do Mockus, à época que ele foi prefeito de Bobotá, já vem usando artifícios para quebrar o crescimento do candidato, como as declarações dadas por ele. “Ainda falta um mês para a eleição e já começa, com essa liderança do Mockus, a exploração, a respeito de declarações que ele fez, dizendo que teria “admiração” pelo Presidente Chávez, que é mal visto pelos colombianos”, diz. “De certo, neste processo, é que o presidente Uribe, apesar de ser bem avaliado pela população, não está conseguindo transferir votos.
E, em segundo lugar, a campanha tem produzido alguns fatos, a dinâmica tem ajudado essa transformação: o debate do início desse mês de abril, no dia 11, teve efeitos significativos na ascensão do candidato do PV e o Mockus atribuiu ao trabalho na internet citando as redes sociais Facebook e Twitter como tendo sido elementos importantes para essa virada da sua sorte nas pesquisas”, diz Lavareda.
Ainda segundo o cientista, analisando a campanha eleitoral brasileira, resta saber se essa bipolarização entre os dois principais candidatos: ex-ministro e ex-governador José Serra (PSDB) e a ex-ministra Dilma Rousseff (PT), se ela vai permanecer agora com isso mais possível com a saída definitiva do Ciro Gomes (PSB).
Ou se a candidata do PV, que a essa altura deve estar muito animada com esse resultado do seu colega colombiano, vai conseguir romper a bipolarização.