A manutenção de uma funcionária fantasma no município de Ipojuca levou o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) a processar por prejuízo ao erário público o prefeito da cidade, Pedro Serafim, e o secretário de Segurança Cidadã, Maurison da Costa Gomes.

Em 2008, a esposa de um cabo eleitoral do Prefeito foi contratada em regime temporário para atuar na Secretaria de Segurança Cidadã.

Recebeu salário entre abril e dezembro daquele ano sem, no entanto, ter trabalhado sequer um dia.

Segundo informações apuradas pelo promotor Salomão Abdo durante a investigação, o emprego fantasma foi negociado diretamente entre o cabo eleitoral Genival Ferreira da Silva e o prefeito; já a contratação ocorreu com a tolerância do secretário.

Além de cabo eleitoral, Genival chegou a assumir cargos na Prefeitura, dentre eles o de subprefeito de Camela.

As principais informações sobre o caso foram repassadas pela própria funcionária fantasma, Eliane Maria da Silva, que colaborou com as investigações.

Nos oito meses em que seu contrato permaneceu em vigor, ela recebeu da Prefeitura R$ 714,15 mensais sem nunca ter aparecido na Secretaria, num total de 5.427,61.

Curiosamente, o contrato deixou de ser renovado em 2009 porque a funcionária foi considerada “faltosa”.

Ela e o ex-marido também estão sendo processados pelo MPPE; sendo Eliane por enriquecimento ilícito e Genival, assim como o prefeito e o ex-secretário, por prejuízo ao erário público.

As duas condutas estão previstas na Lei que trata da improbidade administrativa (8.429/92).

Além da condenação dos quatro ao final do processo, o promotor requer que a Justiça determine desde já a indisponiblidade dos bens dos quatro processados no valor do total pago irregularmente à servidora fantasma, de forma a garantir o futuro ressarcimento do dano aos cofres públicos.