Do Blog de Josias de Souza “Nós entendíamos, lá atrás, que era melhor ter duas candidaturas dentro do campo governista.
Exercitamos esse debate…” “…Acho que foi muito importante porque, não só permitiu o crescimento do partido, como também conteve o crescimento da oposição”.
As frases acima, foram pronunciadas pelo governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos.
Falou nesta segunda (26), em Recife.
Referia-se à pseudocandidatura presidencial de Ciro Gomes.
Conjugou os verbos no passado.
Nesta terça (27), Eduardo Campos estará em Brasília.
Vai comandar a reunião da Executiva nacional do PSB.
Na mesa, um único tema: Ciro Gomes, o correligionário que, há semanas, vê o pretérito passando do seu lado.
Dá-se de barato que as pretensões presidenciais de Ciro serão passadas na lâmina.
Porém…
Porém, a despeito de buscar a imagem de Ciro no retrovisor, Eduardo Campos esquivou-se de baixar a guilhotina nessa entrevista da véspera. “Existem Estados onde temos candidatos viáveis a governador, que precisam de tempo de televisão e de apoio político para consolidar suas vitórias.
Isso tem feito o partido discutir”.
Ao mesmo tempo, na iminência de ter de descer do muro, o governador soou como se estivesse rendido à lógica plebiscitária urdida por Lula: “Agora, o que existe, de fato, é uma polarização em curso da eleição nacional”.
Ou seja, só haveria espaço para José Serra e Dilma Rousseff -o “Fla-Flu” de que se queixa Ciro.
Não receia que, empurrado para fora do tabuleiro, Ciro, já de língua solta, se torne um aliado definitivamente tóxico?
Eduardo Campos manuseia panos quentes: “Ele é uma pessoa que, além de companheiro, fez amigos dentro do PSB”.
E, de novo, encena, em gesto protocolar, o retardamento da descida da lâmina.
Referiu-se à encrenca como se a resolução ainda comportasse dúvida: “Se [Ciro] for candidato, não tem como ficar meia pedra, meio tijolo com a candidatura dele, tem que ir todo mundo com ele…” “…Se Ciro não sair candidato, o partido vai seguir a decisão partidária que vamos discutir e amadurecer com toda tranquilidade”.
A decisão partidária, que o presidente do PSB teve a delicadeza de não explicitar, é o apoio à candidatura governista de Dilma Rousseff.