Eduardo Kattah de Belo Horizonte - O Estado de S.Paulo Um dos principais coordenadores da campanha presidencial da ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff (PT), o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT) afirmou ontem que é preciso deixar o tempo cicatrizar as mágoas do deputado Ciro Gomes (CE), cuja candidatura presidencial está prestes a ser rejeitada pelo PSB.
Pimentel tratou como pessoal o projeto de Ciro e minimizou as declarações do socialista, que afirmou que o presidenciável tucano, José Serra, é mais preparado que a pré-candidata petista. “Ele está vivendo um momento muito delicado, muito difícil.
Porque o projeto dele de ser candidato se inviabilizou.
Ele está tenso, está nervoso e é natural que, às vezes, em um momento como esse, a pessoa tenha essa reação mais brusca”, ressaltou. “Vamos deixar o tempo cicatrizar as mágoas.
Tenho certeza de que o Ciro vai estar conosco nessa disputa de 2010.” Com elogios ao deputado, o ex-prefeito procurou passar a imagem de tranquilidade na campanha de Dilma. “Não tem estrago nenhum. Às vezes o sujeito faz uma declaração ou outra que mais adiante vai corrigir.” Pimentel admitiu a possibilidade de o PT conversar com o ex-presidente Itamar Franco (PPS), que, embora aliado de primeira hora do ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB), tem sido bastante relutante no apoio a Serra.
O ex-prefeito disse que tem conversado com Itamar. “Ele está num partido de oposição, o PPS, mas ele tem luz própria”, destacou o petista, apostando que Itamar poderá fazer uma “reflexão sobre o quadro político brasileiro” e acabar declarando apoio a Dilma. “Eu não afasto essa possibilidade.” Prévias.
A uma semana das prévias que definirão o pré-candidato do PT ao governo estadual, Pimentel se reuniu com cerca de 300 apoiadores no Sesc Venda Nova.
O ex-prefeito disputará a indicação com o ex-ministro Patrus Ananias.
Segundo ele, as negociações com o PMDB de Hélio Costa só serão retomadas após a definição do nome do PT.
Os partidos e os pré-candidatos já firmaram compromisso pelo estabelecimento de um palanque único para Dilma no Estado.