Do IG Presidente nacional do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, evitou nesta sexta-feira polemizar com o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) sobre as declarações dadas ao iG, mas disse que Ciro terá de aceitar a decisão do partido sobre o impasse envolvendo a sua candidatura.

Na tentativa de diminuir o mal estar pelo vazamento da decisão, Campos afirmou que Ciro “não está fora do páreo”.

No entanto, segundo o iG apurou, durante encontro nesta manhã com o presidente Lula, no Palácio do Alvorada, foi iniciada a discussão sobre as alianças entre o PSB e o PT nos Estados beneficiadas com a saída de Ciro da disputa presidencial.

O PSB espera uma contrapartida do PT e quer apoio do partido nos Estados do Espírito Santo, Piauí, Amapá e no Distrito Federal.

O caso do deputado federal Rodrigo Rollemberg serve de exemplo.

Ele quer sair candidato ao Senado no Distrito Federal numa chapa encabeçada pelo PT.

O ex-ministro Agnelo Queiroz vai disputar o governo e Geraldo Magela ficará com outra vaga para o Senado.

Outro caso similar é do senador Renato Casagrande, que pretende disputar o governo do Espírito Santo pelo PSB.

Como o PT prefere a aliança com o PMDB, ele planeja fazer uma coligação com o PR.

O problema é que esse partido quer apoiar Dilma como candidata a presidente .“É uma realidade que se impõe”, afirmou Rollemberg.

Atualmente, há quatro Estados em que os pré-candidatos do PSB estudam formar aliança com o PSDB, partido de oposição ao governo federal.

São os diretórios socialistas de Alagoas, Amazonas, Paraíba e Paraná.

Quase vinte diretórios do PSB preferem o partido na campanha de Dilma, para não ter de dividir palanques, enquanto só oito sustentavam Ciro, sem exigir contrapartidas.

Durante a entrevista ao iG, Ciro assumiu pela primeira vez que sua candidatura à presidência da República chegou ao fim.

Oficialmente, aguardará a decisão da executiva do partido, marcada para o dia 27 de abril, terça-feira da semana que vem.

Além de citar pressões do Palácio do Planalto no PSB para derrubar sua candidatura, Ciro ainda deu a entender que o tucano José Serra deve vencer a eleição presidencial.

Para ele, o desafeto político é mais preparado para enfrentar crises do que a ex-ministra Dilma Rousseff.

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, foi procurado pela reportagem para comentar as previsões de Ciro de que, com a sua saída, o candidato tucano, José Serra, tem mais chances de vencer a eleição do que Dilma Rousseff.

Dutra, no entanto, disse que não iria comentar as declarações.