O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou, ontem, os advogados Stênio Neiva Coelho e Ademar Rigueira para as duas cadeiras destinadas à advocacia no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Pernambuco.
Os dois foram empossados ontem mesmo e passarão dois anos no cargo.
Serão um dos sete desembargadores que vão atuar no pleno da instituição durante as eleições gerais deste ano.
Ademar já era desembargador, apenas foi reconduzido. À primeira vista não há nada de extraordinário, apenas um trâmite burocrático.
Exceto por uma curiosidade: Stênio Neiva Coelho advogou para o PT do Recife na eleição de 2008.
Foi um dos responsáveis pela defesa do agora prefeito João da Costa nas ações em que figurou como réu, inclusive a que tornou sua candidatura sub judice.
Como a Justiça, assim como a mulher de César, não basta ser honesta e isenta, necessita também parecer honesta e isenta, fica a expectativa de como será a atuação do advogado e agora desembargador Stênio Neiva Coelho.
Ele integrou uma lista com seis nomes elaborada pela Ordem dos Advogados de Pernambuco (OAB).
Depois, passou na peneira do Tribunal de Justiça de Pernambuco e figurou ao lado de mais dois nomes para a escolha de Lula.
Não é a primeira vez que um advogado com atuação em direito eleitoral é escolhido para integrar o TRE.
Há pouco tempo, o advogado Márcio Alves, eleito desembargador substituto, também fez parte da corte.
Em menores proporções, o caso lembra o do agora ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Antonio Dias Toffoli.
Ele advogou nas campanhas de Lula à Presidência.
Depois, passou pela Advocacia Geral da União (AGU) e, aos 41 anos, chegou a mais alta instância da Justiça brasileira, de onde só saíra aos 70 anos.