Do Blog de Josias de Souza O governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) submete as legendas de oposição a um inusitado processo de lipoaspiração política.

Candidato à reeleição, Campos já cooptou pelo menos 15 prefeitos filiados às legendas oposicionistas –PSDB, DEM, PPS e PMDB.

O governador maneja duas ferramentas que lhe tonificam o poder de sedução: obras e verbas.

Avança inclusive sobre municípios geridos por prefeitos que seguem a liderança de Sérgio Guerra, presidente do PSDB e coordenador da campanha de José Serra.

Campos evolui no vácuo.

Franco favorito nas pesquisas, aproveita-se do vazio provocado pela ausência de um palanque oposicionista no Estado. Única alternativa da oposição, Jarbas Vasconcelos (PMDB), é pressionado a assumir o leme em Pernambuco.

Porém…

Porém, dono de um mandato de senador que só expira em 2014, Jarbas hesita em assumir a candidatura ao governo de Pernambuco.

Condiciona a entrada na briga à lógica do projeto nacional de Serra.

Marcou para o final do mês o anúncio de sua decisão.

Nas últimas semanas, abriu-se um fosso entre os discursos de Jarbas Vasconcelos e de José Serra.

O senador pemedebê é um dos mais severos críticos de Lula.

O presidenciável tucano foge do confronto aberto com o presidente superpolular.

Jarbas já governou Pernambuco duas vezes.

Não há na oposição pernambucana nome que lhe faça sombra.

Ainda assim, o senador é visto mesmo entre os aliados como um azarão.

O pernambucano Lula dispõe no Estado de índices de popularidade superiores a 90%.

Aliado de Lula, Eduardo Campos serve-se das verbas recebidas de Brasília para conduzir uma administração obreira.

Se fosse à disputa com a tropa unida, Jarbas já seria considerado um candidato à derrota.

Com as deserções, desce ao front com a aparência de suicida.

Vem daí a obsessão de Jarbas de amarrar sua decisão às conveniências do projeto de Serra.

Só vai ao sacrifício se enxergar lógica na empreitada.