Por Daniel Guedes Para quem dava como certa a saída de Ciro Gomes (PSB) da corrida eleitoral para a Presidência da República nestas eleições, as declarações dadas nesta quinta-feira (22) pelo presidente nacional do partido e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, fizeram toda a novela voltar ao capítulo da indefinição.
Depois de uma reunião entre os dois e, mais tarde, de um encontro entre Campos e o presidente Lula, até mesmo o prazo da próxima terça-feira (27), estabelecido para a divulgação do rumo que o PSB tomará, foi posto em dúvida. “Essa decisão não está tomada”, diz o governador.
A tirar pelas falas de hoje, o cenário permanece assim: Ciro Gomes quer disputar as eleições e o PSB fica em cima do muro, sem saber se leva adiante ou não a aventura de uma candidatura ainda sem alianças e que desagrada o presidente Lula, nome mais que importante na sustentação da campanha de Eduardo e de outros candidatos socialistas pelo Brasil.
Além disso, há de se medir bem os riscos de contrariar a metralhadora-ambulante que atende pelo nome de Ciro Gomes.
Afinal, balas perdidas não são bem vindas por oposicionistas e muito menos por aliados. “Ciro nos pediu, e fez isso de forma pública, que o partido intensificasse o debate sobre qual o papel que entendia que ele deveria cumprir neste ano de 2010.
Ciro mantém o desejo de representar o PSB e outras forças que venham apoiá-lo como candidato a presidente da República. (Mas) seja qual for a decisão do partido, teremos a solidariedade dele.
Se for para ele ser candidato ele será com entusiasmo.
Se o partido vier a entender que a candidatura dele não deve continuar, vai ter dele a compreensão e a solidariedade”, disse Eduardo a jornalistas logo depois que saiu de uma reunião de monitoramento das obras da Transnordestina com o presidente Lula, no Centro Cultural do Banco do Brasil.
Como presidente nacional da sigla, Eduardo Campos trouxe para si a responsabilidade de unificar o partido em torno de uma decisão e, seja ela qual for, comunicar a Ciro Gomes. É justamente este o capítulo que se espera que vá ao ar na próxima semana.
Mas o enredo desta história compreende mistério e especulações. “Pelo que me parece essa decisão poderá sair na terça-feira.
E poderá não sair porque até terça-feira podemos não ter ainda esse debate em ponto de decisão.
Mas estamos fazendo isso de uma maneira muito fraterna, como costumamos fazer”.
Pelo que parece, novela realmente é uma obra aberta.