A confiança do empresário industrial brasileiro permanece elevada, apesar da ligeira queda registrada em abril na comparação com março deste ano.
A informação é do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), divulgado nesta quinta-feira, 22 de abril, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O ICEI de abril ficou em 66,9 pontos, 0,8 ponto menor que o de março.
Essa é a terceira retração mensal consecutiva do Índice no ano.
A queda acumulada é de 1,8 ponto.
Mesmo assim, o índice de abril está oito pontos acima da média histórica do ICEI.
Na avaliação de Marcelo Azevedo, economista da CNI, a queda verificada em abril é um ajuste natural.
Segundo ele, esse período do ano sempre registra variações negativas porque o otimismo, geralmente mais elevado em janeiro, tem pequenas reduções nos meses seguintes.
A queda de abril de 2010 em relação ao mês anterior é vista como sazonal dentro da série histórica do ICEI.
Somente os números dos últimos dois anos, 2008 e 2009, não acompanharam essa tendência.
Azevedo explica que o índice de abril de 2009 cresceu porque a economia brasileira começava a se recuperar da crise mundial.
O comportamento de 2008 foi influenciado pelas elevadas perspectivas de crescimento naquela época.
Entre os destaques do ICEI, está o otimismo da indústria extrativa, que alcançou 68,2 pontos em abril.
O otimismo do segmento registra crescimento ininterrupto desde abril de 2009, acumulando uma variação de 17,5 pontos no período.
O índice para a construção civil passou a ser o menor entre os segmentos da indústria, ficando em 65,4 pontos.
Esse resultado representa um recuo de 1,7 ponto na comparação com o mês anterior e de 3,5 pontos no acumulado do ano.
O ICEI da indústria da transformação também registrou a terceira queda consecutiva em abril e ficou em 65,7 pontos.
A confiança do empresário registrou uma retração superior a um ponto em 13 dos 27 setores da indústria de transformação, frente ao resultado de março.
As maiores quedas ocorreram nos setores de refino de petróleo, metalurgia básica, máquinas e materiais elétricos.
O índice das expectativas para os próximos seis meses também recuou de 71 para 69,7 pontos.
Os empresários estão menos otimistas tanto no que diz respeito à economia brasileira quanto à própria empresa.
O resultado, porém, ainda mostra que as perspectivas são boas, uma vez que o índice está acima dos 65 pontos.
O ICEI varia de zero a cem.
Valores acima de 50 indicam empresários confiantes.
A pesquisa ouviu 1.486 empresas (815 pequenas, 463 médias e 208 grandes, em 24 estados brasileiros e o Distrito Federal, entre os dias 5 e 19 de abril.