Na Veja Online Dilma Rousseff começou nervosa.

Aos poucos, durante as quase duas horas de entrevista ao jornalista José Luiz Datena, no programa Brasil Urgente, da Band, a pré-candidata do PT à Presidência foi se soltando.

Nesta quarta-feira, Dilma falou ao vivo sobre diversos temas, em uma das entrevistas mais longas desde que se lançou candidata, em fevereiro deste ano.

A petista, em várias referências ao governo do presidente Lula - uma de suas principais armas de campanha - rebateu as críticas do tucano José Serra ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O pré-candidato do PSDB disse, em visita à Minas Gerais no início desta semana, que o PAC é uma “lista de obras”. “O Rodoanel faz parte do PAC.

Paraisópolis, Heliópolis, tudo fez parte do PAC.

Como que o PAC não existe?”, contestou a ex-ministra da Casa Civil.

Além disso, Dilma afirmou acreditar piamente no presidente Lula quanto ao mensalão.

Para ela, Lula realmente não sabia de nada sobre o esquema de corrupção que atingiu o governo petista em 2005.

Ainda sobre o assunto, a candidata declarou que o Brasil avançou muito no combate à corrupção, aumentando significamente as investigações da Polícia Federal. “Nos oito anos antes da gente, houve 29 Operações Especiais.

No nosso governo, foram 1.012″.

Ditadura - O apresentador questionou a luta da ex-ministra contra o regime militar no Brasil e insistiu para que ela dissesse quais torturas sofreu enquanto estava presa, na década de 1970.

Dilma contou que sofreu com a palmatória, pau de arara e choques elétricos. “Era tortura física, com coisas características daquela época na América Latina”, ressaltou a petista.

Em seguida, até com uma certa naturalidade, Datena perguntou se Dilma tinha sido abusada sexualmente. “Não fui não”, disse a candidata.

Vice - As polêmicas do candidato à vice também foram citadas pelo apresentador, que perguntou se o presisente da Câmara, Michel Temer (PMDB), era um bom vice para Dilma. “Sim, ele é um bom vice. É qualificado e credenciado para o cargo.

Agora, precisamos esperar se ele vai ser o indicado do PMDB para o cargo”, rebateu Dilma.

Sobre as coligações e a constante incógnita Ciro Gomes (PSB), que ainda não declarou se será ou não candidato à Presidência, a petista disse acreditar que um único partido não pode governar um país “tão diversificado e múltiplo como o Brasil”.

Ciro, para ela, “é competente, correto e um brasileiro com altas capacidades políticas e, acima de tudo, leal”. “Ciro tem condições de pleitear o que quiser”, finalizou.

Ao final do programa, às 19h20, Dilma ainda cantou “El día en que me quieras”, música que ficou famosa na voz do Carlos Gardel.

E ainda brincou: “Precisamos cantar um samba”. (Marina Dias)