O Banco do Brasil e os atuais controladores do Banco Patagonia (Argentina) comunicaram ao mercado, nesta quarta-feira, 21, que estabeleceram parceria estratégica pela qual o BB passará a deter participação de 51% do capital social e votante em circulação do Banco Patagonia.

Para tanto, o Banco do Brasil pagará o valor de US$ 479,6 milhões pela aquisição de 366.825.016 ações (cerca de US$1,3076 por ação).

O pagamento será feito de forma parcelada, sendo 5% (cinco por cento) do total depositado no momento da assinatura do Contrato e 35% (trinta e cinco por cento) no momento da apresentação do registro das ações na Caja de Valores S/A de Buenos Aires em nome do Banco do Brasil.

Até o registro da transferência das ações, esses valores permanecerão em uma conta “escrow”.

Após o fechamento e a transferência das ações para o BB, o saldo restante será parcelado em 4 vezes, da seguinte forma: · 30% pagos quando os membros do Diretório, indicados em assembléia de acionistas, forem aprovados pelo Banco Central da Argentina (BCRA); · 12% do preço de compra em 225 dias após o Fechamento da Operação; · 12% do preço de compra em 405 dias após o Fechamento da Operação; · 6% do preço de compra em 585 dias após o Fechamento da Operação.

O fechamento da operação está condicionado às autorizações, entre outros, do Banco Central de la República Argentina e o do Banco Central do Brasil, do CNDC (Comitê Nacional de Defesa da Competência) e da aprovação da Assembléia Geral de Acionistas do BB O Banco do Brasil, com a assessoria de consultores contratados,obteve o referencial de preço por meio de cálculo com base em avaliação econômico-financeira.

Nesses cálculos, foram levados em consideração, entre outras metodologias, as perspectivas de rentabilidade futura e o fluxo de caixa descontado do Banco Patagonia, devidamente ajustados pela conjuntura econômica atual.

O Banco Patagonia e o Banco do Brasil possuem características complementares, que tornou interessante a aproximação entre as empresas.

O Patagonia é um banco de Varejo, que possui presença em todas as províncias da Argentina, enquanto o BB traz sua experiência no desenvolvimento de produtos e serviços para o segmento corporate.

Assim, a operação de aquisição do controle do Banco Patagonia tem por objetivo: a) ampliar a parceria com empresas brasileiras e argentinas; b) diversificar o portfólio de produtos e serviços do Banco Patagonia para aprimorar o atendimento de seus clientes; c) expandir a carteira de crédito do Banco Patagonia, em especial em operações com empresas brasileiras que atuam na Argentina e empresas locais do segmento Atacado, oferecendo um amplo portfólio de produtos e serviços; d) atuar na cadeia de valor do segmento empresas na Argentina, por meio do atendimento das micro e pequenas empresas, empregados de empresas, fornecedores, etc.

O Banco Patagonia O Banco Patagonia fechou o ano de 2009 como a sexta maior instituição financeira de capital nacional da Argentina, com ativos totais de US$ 2,56 bilhões de dólares, patrimônio líquido de US$ 487,8 milhões, carteira de crédito de US$ 1,1 bilhão e depósitos totais de US$1,6 bilhão.

O Banco Patagonia foi a primeira empresa estrangeira a emitir ações na Bolsa de Valores de São Paulo em 2007.

Atualmente, o grupo controlador detém cerca de 61,6% de participação, seguido da Administração Nacional de Seguridade Social, equivalente ao INSS no Brasil, com 14,6% e o Banco Intesa Sanpaolo SPA com 10,4%.

As demais ações, no total de 13,4%, encontram-se pulverizadas no mercado (free float).

O Banco Patagonia tem 751,6 mil de clientes e 154 agências localizadasmajoritariamente na província de Buenos Aires e Rio Negro, na Argentina.

A atuação de negócios está diversificada no setor público (folha de pagamento, centralização das contas da província de Rio Negro), varejo (crédito consignado e veículos) e atacado.

BB está na Argentina desde 1960 A estrutura atual do Banco do Brasil na Argentina é composta por uma agência em Buenos Aires, inaugurada em 1960, onde trabalham 44 funcionários.

No mesmo prédio da Rua San Martín, funciona a Gerência Regional do BB para América Latina que administra ativos totais de US$ 353 milhões e patrimônio líquido de US$ 85 milhões na região.

O início das atividades do Banco do Brasil na América Latina marca o ponto de partida da longa trajetória que o BB traçou no exterior nos últimos 70 anos.

Em 1941, o Banco instala sua primeira agência fora do país, em Assunção, no Paraguai.

O Banco do Brasil é o banco brasileiro de maior presença no mercado internacional.

A rede externa é composta por 45 dependências localizadas em 23 países (13 agências, 8 subagências, 11 escritórios de representação, 7 subsidiárias, 4 subsidiárias sucursais, 1 unidade de serviços compartilhados e 1 unidade de negócios).

Além da rede própria, o Banco mantém relação de negócios com cerca de 1.400 instituições financeiras de 145 países.

Internacionalização de empresas brasileiras A parceria com o Banco Patagonia é parte da estratégia do Banco do Brasil de acompanhar a expansão das multinacionais brasileiras no mundo com objetivo de atender suas necessidades de soluções globais de serviços e financiamentos bancários.

Um número crescente de empresas brasileiras instalou unidades fabris no exterior, na última década.

Esse processo de internacionalização demanda serviços e créditos locais, inclusive em favor de seus clientes e fornecedores no exterior.

Nesse cenário identificou a necessidade de prover as empresas brasileiras de produtos e serviços bancários, inclusive captação em moeda local.

Estar presente no exterior sempre foi estratégico para o Banco do Brasil, uma vez que a captação de recursos externos é o motor do financiamento do comércio exterior brasileiro, tendo sido o mercado interbancário e o de capitais, historicamente, as principais fontes de funding para esse fim.

Ao longo dos anos, a experiência que o BB adquiriu em diversos mercados tornou as captações no exterior de pessoas físicas e jurídicas muito relevantes.

Durante a crise financeira mundial, os depósitos a vista e a prazo do BB no exterior aumentaram significativamente, já que o Banco foi considerado por bancos, empresas brasileiras e multinacionais um porto seguro (safe harbour).