Do Blog de Josias de Souza O senador Tasso Jereissati, cacique da etnia tucano-cearense, reuniu a tribo para esboçar a estratégia da campanha de José Serra no seu Estado.

Os repórteres insitaram Tasso a comentar declaração atribuída ao presidente do PT, José Eduardo Dutra.

O mandachuva petista dissera que Serra faz elogios simulados a Lula para achegar-se ao eleitorado que venera o presidente.

E Tasso, entre risos: “O presidente do PT deveria se preocupar mais com a agressividade, com o aspecto rancoroso da sua candidata, do que com a paz e o amor do nosso Serrinha”.

Famoso pelas divergências internas que lhe renderam a fama de inimigo cordial de Serra, Tasso se esforça agora para demonstrar unidade.

Expressa a suposta união de maneira peculiar: “Dizem que Serra não gosta do Nordeste.

E dizem até que eu não me dou bem com ele…” “…É verdade que eu não o acho bonito e nem cheiroso.

Mas, na época em que ele foi ministro do Planejamento, ajudou a fazer o [açude] Castanhão”.

O senador planeja levar Serra ao Ceará pelo menos cinco vezes durante a campanha.

Uma parte dos índios da tribo cobrou do cacique o lançamento de um candidato tucano ao governo cearense.

Tasso disse que, havendo consenso, não se opõe à ideia.

Mas diz que as pesquisas desrecomendam esse caminho.

Costura sua reeleição ao Senado em “aliança branca” com o governador Cid Gomes (PSB), irmão do velho amigo Ciro Gomes.

A propósito, Tasso aproveitou os holofotes para sair em socorro de Ciro.

Disse que Lula e o PT o tratam de forma indigna. “O que se fez com um aliado da categoria de Ciro realmente mostra do que o PT é capaz de fazer com seus aliados quando quer uma coisa…” “…Acho que ele foi usado e agora está sendo jogado fora porque não interessa. […] É de uma perversidade que não tem tamanho”.

Para Tasso, Ciro “foi tratado pelo governo e pelo PT de maneira cruel.

Foi esvaziada e desidratada sua candidatura de maneira quase que perversa”.

Tasso não disse, mas a passividade de Ciro chama mais a atenção do que a “perversidade” de Lula.

Aplicando-se ao pseudopresidenciável do PSB o raciocínio usado por Lula no caso dos presos políticos de Cuba, pode-se dizer: Ciro se deixou morrer.