Mariana Oliveira Do G1, em São Paulo O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília, deve decidir nesta terça-feira (20) o futuro do leilão da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará.

A disputa, que decidirá o consórcio responsável pela construção da usina, estava marcada para esta terça, mas foi suspensa por decisão da Justiça Federal do Pará.

Desde a semana passada, o leilão é alvo de um imbróglio jurídico.

O Ministério Público Federal do Pará entrou com duas ações civis públicas na tentativa de barrar a disputa.

No primeiro processo, o leilão chegou a ser suspenso, mas acabou confirmado na sexta-feira (16).

Na segunda-feira (19), voltou a ser suspenso.

No processo que o TRF deve analisar nesta terça, a Justiça Federal suspendeu o leilão alegando suspeição sobre a licença ambiental concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).

A Advocacia Geral da União recorreu.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável pelo leilão, aguarda decisão da Justiça para definir se a disputa acontece ainda nesta terça ou se será remarcada.

A obra, uma das vitrines do governo federal, é alvo de contestações por parte de moradores locais, especialistas e entidades nacionais e internacionais.

São alvos de crítica a viabilidade econômica da obra, o impacto para comunidades indígenas e a possibilidade de seca em parte do rio.

O governo, no entanto, diz que os índios não serão afetados e afirma que a obra é fundamental para garantir o abastecimento de energia elétrica nos próximos anos.

Belo Monte será a segunda maior usina do Brasil, atrás apenas da binacional Itaipu, e custará pelo menos R$ 19 bilhões, segundo o governo federal - há especulações de que a obra custe até R$ 30 bilhões.

Trata-se da segunda maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma das principais bandeiras do governo Lula.

O líder indígena Luiz Xipaia, de Altamira, cidade que será sede administrativa da obra, afirmou que os indígenas planejam acampar no local onde será construída a barragem caso o governo dê prosseguimento ao projeto de Belo Monte. “Está claro o desrespeito dos governantes com os povos indígenas.

Um grupo de 150 índios vai acampar em definitivo e outros povos podem se juntar. […] Esperamos atrair os olhares para nossa região com mais firmeza.

Nosso projeto é barrar o projeto de uma vez por todas.”