Por Chico Ludermir Em entrevista a Geraldo Freire, da Rádio Jornal, a candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, disse que a miséria no Brasil deve acabar na próxima década.
Depois de explanação sobre sua vida pessoal onde confessou que gostaria de estar apaixonada, demonstrou mais segurança nos assuntos governamentais do que pessoais. “Nós sabemos acabar com a miséria”, disse.
Sem abandonar a críticas à oposição, ratificou o termo “biruta de aeroporto”. “O que não pode é em um dia chamar o Bolsa Família de ótimo depois de ter chamado de ‘Bolsa Esmola’, ‘Bolsa Preguiça’, esquecendo que o Bolsa Família é umas das maiores armas contra a miséria.
Enquanto houver pobre no Brasil, o Bolsa Família vai continuar". “Dependendo do vento (ou da) plateia, (os oposicionistas) mudam de posição.
A biruta do aeroporto muda de acordo com o vento.
Acho surpreendente esse comportamento dúbio", alfinetou.
Acho que não é cabível vestir o boné do MST Sem se mostrar contra o Movimento dos Sem Terra, Dilma tentou tranquilizar os mais conservadores. “Acho que não é cabível vestir o boné do MST.
Governo é governo, movimento é movimento”, afirmou.
Segundo a ex-ministra que, não cessou as referências ao governo Lula, o governo do qual fez parte instituiu a “paz no campo”. “Não apenas assentamos 590 mil hectares como fizemos um programa forte de agricultura familiar”.
Para Dilma, desde que o movimente seja pacífico, o governo deve respeitar.
Dilma se esforça para construir identidade com Pernambuco Esforçando-se para demonstrar a intimidade com Pernambuco - própria de Lula -, Dilma diz que adora Luiz Gonzaga, e chegou a cantarolar sem jeito um “Luiz, respeita Januário".
No embalo, a petista disse ter visto em Pernambuco uma das obras que mais lhe comoveu. “No Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca, um dos maiores da América Latina, vi vários homens e mulheres sendo treinados para serem soldadores, eletricistas.
Sei como isso beneficia a população de baixa renda”.
Sem abandonar as comparações, Dilma voltou aos governos anteriores, onde “se compravam plataformas e navios de Singapura e da Coreia". “Nós acabamos com a história que não se podia fazer política industrial no Brasil", disse.
Vivia numa ditadura, hoje vivo numa democracia, defende-se Dilma Voltando aos tempos da Ditadura, que deverá ser muito explorado nos debates, Dilma disse que tudo é uma questão de época, mas que não se arrepende das ações do tempo da repressão. “Arrependimento é uma coisa que só deve existir se houver uma vontade deliberada de maltratar as pessoas.
Eu não fiz isso”, defende-se. À moda de Lula, que se distanciou do esquerdismo radical, Dilma disse que o amadureceu. “Mudei mas não mudei de lado.
O que acreditei ao longo da minha vida é que o País deveria ter mais justiça, mais oportunidades.
Nisso continuo acreditando”.
A pré-candidata contextualizou o tempo em que participou de movimentos radicais. “Viva numa ditadura e hoje vivo numa democracia. É muito ruim ser jovem na ditadura”. “O jovem de hoje pode falar, se expressar, escrever na internet, não lembra e não sabe que no Brasil da minha época, as pessoas eram presas e procuradas pelo delito de opinião.
Eram anos de chumbo, anos negros”.
Para a ex-ministra, de 1964 a 1985, o Brasil iluminava o que não se devia iluminar. “Nem Lula é o Maluf, nem eu sou o Pita” Dilma defendeu-se das comparações indesejadas, quando, por exemplo, foi abordado o desentendimento entre o atual prefeito do Recife, João da Costa, e o ex João Paulo. “Nem eu nem o presidente podemos ser comparados com ninguém.
Nem Lula é o Maluf, nem eu sou o Pita", disse Dilma.
Por outro lado, a ex-ministra, como costumeiro, agarrou-se aos feitos do presidente.
Além de afirmar relação de lealdade e confiança com Lula, disse que participou de quase todos os projetos de governo desde 2005. “O presidente confia em mim.
Cheguei ao governo em uma hora ruim, quando havia um cerco implacável de críticas avassaladoras.
Tenho uma relação de extrema lealdade”, vangloriou-se.
A ex-ministra foi além na tentativa de grudar sua imagem ao continuísmo do governo Lula. “Terei sempre o presidente como grande conselheiro”.
Ministério não é marionete, diz Dilma Em um dos raros momentos da entrevista em que Dilma foi colocada contra a parede, a presidenciável se saiu da crítica do despreparo alegando o cargo de coordenadora de programas do governo como escola. “Existe melhor escola ou preparação do que ter sido a coordenadora de todos os programas do presidente lula nos últimos 5 anos”.
Dilma disse que tem capacidade de decidir. “Ministério não é marionete.
O talento do presidente é tirar de nós o que temos".
Não estou apaixonada.
Mas acho lamentável.
Acho que todos deveriam se apaixonar, disse A primeira parte da entrevista passou por questões pessoais.
Respondendo a Geraldo freire, Dilma negou estar apaixonada, mas lamentou o fato. “Acho que todos deveriam se apaixonar, disse.
A primeira parte da entrevista passou por questões pessoais.
Respondendo a Geraldo freire, Dilma negou estar apaixonada, mas lamentou o fato. “Acho que todos deveriam se apaixonar, disse.
Três quilos mais gorda, contou que costumava fazer pilates, mas hoje malha em academia.
Na mesma linha, a presidenciável disse que quando pega o microfone, dá uma tremilicada no início, mas depois “engata a primeira e vai".
No assunto música, Dilma arrisocu um Luiz Gonzaga.
Falando de comida, confessou que buchada não é seu forte. “Gosto daquela comida mais simples.
Sou mineira.
Gosto muito de arroz com feijão".
Ao contrário do presidente Lula, Dilma disse que não bebe, nem fuma. “Não tenho muita resistência e, logo, logo me faz mal […] Parei de fumar em 89.
Nunca mais traguei um cigarro.
Tive que nadar muito para esquecer o cigarro".
Leia Mais Mesmo com críticas ao MST, Dilma dá uma entrevista fofa e fraca à Rádio Jornal Acompanhe ao vivo entrevista de Dilma a Geraldo Freire