1.
A quebra dos sigilos da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo e do fundo criado pela entidade foi requerida pela Polícia Federal. 2.
Deu-se no âmbito de um inquérito aberto pela PF no ano de 2008. É conduzido pelo delegado Pedro Henrique Maia. 3.
No centro da investigação está o FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), criado pela Bancoop há seis anos. 4.
Apura-se a suspeita de gestão fraudulenta.
Os principais cotistas eram fundos de pensão de empresas estatais. 5.
A Funcef, que gere a caixa de aposentadoria dos funcionários da Caixa Econômica Federal, aportou no fundo da Bancoop R$ 11,2 milhões. 6.
A Petros, fundação que gere o fundo previdenciário dos servidores da Petrobras, entrou com R$ 10 milhões. 7.
A Previ, caixa de previdência dos servidores do Banco do Brasil, aplicou R$ 5 milhões. 8.
O fundo da Bancoop, revelou-se, em 2008, um investimento de alto risco.
A cooperativa já era alvo de investigação da Promotoria de SP.Suspeitava-se, desde então, que a cooperativa desviara verbas recolhidas de associados para dirigentes petistas e para o caixa dois de campanhas do PT. 9.
Há oito meses, em agosto de 2009, a Bancoop promoveu uma reunião dos cotistas de seu fundo.
Propôs um acordo. 10.
Os fundos de pensão das estatais e outros investidores aceitaram zerar suas posições na carteira do fundo da Bancoop. 11.
Retiraram-se do negócio levando metade da rentabilidade que estimaram receber ao entrar.
Em vez de 12,5%, só 6% ao ano, mais a variação da inflação. 12.
Procurados, Funcef, Petros e Previ negaram a existência de irregularidades na relação com a Bancoop. 13.
Os fundões das estatais alegam que o acordo celebrado com a cooperativa ligada ao petismo não resultou em prejuízos.
O percentual obtido (6% ao ano mais correção pelo IPC) situa-se dentro da faixa mínima de lucratividade que os fundos das estatais se autoimpõem. 14.
Ouvida, a assessoria da Bancoop informou que a entidade não se manifestaria sobre a decisão do juiz De Sanctis. 15.
A corretora Planner, contratada como gestora do fundo da Bancoop, também não quis se pronunciar.
Disse que ainda não foi notificada da decisão judicial. 16.
A Bancoop era geridada até dois meses atrás pelo petista João Vaccari Neto.
Ele deixou a presidência da entidade para assumir a tesouraria do PT federal. 17.
Vaccari sempre negou a existência de malfeitos na Bancoop.
Diz que as acusações contra a cooperativa têm motivação eleitoral e visam desgastar o PT. 18.
Do outro lado do balcão, há cooperados que pagaram por imóveis que a Bancoop jamais entregou.
Daí as investigações.