O possível adeus de João Paulo e o adeus de Servilho Por Adriano Oliveira – Cientista Político Não será surpresa se João Paulo for embora do PT no próximo ano.

Condições internas ao PT para tal atitude ele já possui.

Suspeito que o que sustenta João Paulo no PT é o sucesso da administração do presidente Lula.

Ele não quer deixar de lado um presidente muito bem avaliado.

Contudo, se Dilma for derrotada por Serra, João Paulo terá as condições adequadas para ir embora do PT.

João Paulo esperou pacientemente que o PT lhe desse a vaga para o Senado.

João Paulo esperou de modo impaciente que Eduardo Campos mostrasse a sua preferência por ele.

Nenhuma coisa, nem outra.

João Paulo, por enquanto, terá que se contentar com a conquista tranqüila de um mandato para deputado federal.

E torcer para que Humberto Costa perca a eleição.

A vitória de Humberto limita João Paulo a qualquer possibilidade de candidatura majoritária até 2014.

Não só a vitória de Humberto.

Mas também a reeleição do governador Eduardo Campos.

Alguns cenários, caso venham a ser reais, podem animar João Paulo.

Quais sejam: 1) derrota de Humberto e de Eduardo Campos; 2) Vitória de Jarbas; 3) Avaliação negativa de parte da população à administração de João da Costa.

Caso estes fatos se tornem realidade, João Paulo poderá ir para o PMDB, e ser candidato a prefeito do Recife, tendo Raul Henry como seu vice.

Em 2014, João Paulo se afasta da prefeitura e se candidata ao governo do Estado com o apoio de Jarbas.

Isto é possível?

O tempo dirá.

Servilho Paiva, assim como João Paulo, esperou pelo apoio de Eduardo Campos.

O governador, de fato, teria que demitir os dois.

A necessidade eleitoral não permitiu a Eduardo Campos que reconhecesse o excelente trabalho quer Servilho Paiva desempenhou à frente da secretaria de Defesa Social.

Se o governador tivesse optado por manter Servilho, a PM poderia reagir.

Então, para não ter problemas em uma área complexa, o melhor é sair os dois.

A saída de Servilho foi motivada por erros estratégicos de Eduardo Campos.

Foram vários erros em seqüência.

Inicialmente, a concessão de privilégios aos fazendários.

Logo após, pressão dos delegados.

No decorrer da pressão escrevi: o governador não dará o aumento aos delegados, pois os militares, caso também não recebam o aumento, reagirão.

A minha previsão foi parcialmente comprovada.

Parcialmente comprovada em razão de que o governador mostrou desconhecimento quanto ao funcionamento dos quartéis.

Neste instante, Eduardo acerta.

Trouxe Wilson Damásio para a SDS – policial experiente e respeitado.

E acerta também ao dizer que respeita a decisão do PT.

Dizer que respeita, não significa que a aceite.

Ou não?

Eduardo espera por Jarbas.

E até junho, novos eventos poderão ocorrer, tanto na política eleitoral, como na política de segurança.

Em eventos futuros residem ainda, a esperança de João Paulo de ser candidato ao Senado.

Adriano Oliveira é professor Adjunto do Departamento de Ciência Política (UFPE)