Conforme alertei há exatamente um mês, aqui no blog, o tema da Chesf iria ser politizado, não porque a oposição queria ter uma bandeira regional, como poderiam pensar alguns incautos, mas porque havia sim uma grande insatisfação dos funcionários com as medidas de restruturação.

Na terça-feira, sem alarde, ficou decidido que o assunto do esvaziamento da Companhia Hidro Elétrica de São Francisco (Chesf) em Pernambuco entrou na pauta do comando da campanha de Serra (líderes do PSDB, DEM e PPS), numa reunião em São Paulo.

Será um dos temas regionais que o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, absorverá no seu discurso.

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, presente no encontro, levantou o tema da Chesf, colocando como exemplo de como é possível desdobrar problemas regionais dando foco nacional.

A ideia é que o tucano, sempre acusado de não gostar do Nordeste, não se prenda a uma agenda nacional e diversifique sua fala, tentando aproximação com todas as regiões do País.Antes, Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Marco Maciel (DEM) já tinham se pronunciado contra o desmonte da Chesf, a partir de mudanças patrocinadas pelo governo Lula.

Nesta quarta-feira, o governador Eduardo Campos (PSB) recebeu o ministro das Minas e Energias, Márcio Zimmermann, no Palácio das Princesas.

O ministro foi sabatinado em reunião do Cedes.

Eduardo criticou, pela primeira vez, o processo de reestruturação do setor elétrico brasileiro, que está tirando a autonomia da Chesf.

Ato contínuo, depois da visita do ministro e das críticas públicas do governador Eduardo Campos contra o presidente da Eletrobras, José Antônio Muniz Lopes, o próprio executivo avisou que foi orientado a desmarcar o encontro que havia agendado para esta sexta-feira, na Assembléia Legislativa de Pernambuco.

O que deve ter prevalecido foi a impressão de que seria jogar gasolina na fogueira, quando o que Eduardo Campos mais quer é evitar marolinha.

E ainda faltam 60 dias para a copa, que adormece nosso povo … “Na visita que fez ao Palácio do governo, o ministro recebeu solitações de esclarecimentos e sugestões por parte dos presentes.

Houve um comprometimento de avaliar e discutir todas as questões colocadas com os técnicos envolvidos no assunto, além do próprio governo Federal, acionista majoritário da empresa…

Em face disto, o ministro, também presidente do Conselho de Administração da Eletrobrás, recomendou que a diretoria da Eletrobras e da Eletrobras Chesf aguardem novas orientações, antes de se pronunciarem sobre a matéria”, justificou-se José Antõnio Muniz Lopes, em ofício datado de hoje.

O executivo informou oficialmente que logo que tenha novas orientações do Conselho de Administração da Eletrobras ele estará à disposição para prestar esclarecimentos necessários.