Carolina Freitas, da Agência Estado Em entrevista nesta manhã à Rádio Bandeirantes, em São Paulo, o pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse que a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, pode não “replicar” o sucesso do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, caso seja eleita, e comparou a ex-ministra ao ex-prefeito da capital paulista Celso Pitta, eleito com apoio do ex-governador Paulo Maluf (atual deputado pelo PP). “Não necessariamente o sucessor replica o antecessor, mesmo se tiver sido apoiado por ele.

Pode acontecer e pode não acontecer”, disse Serra, que citou como exemplo dessa relação a eleição de Pitta. “Maluf estava bem avaliado e bancou Pitta.

Pitta foi diferente de Maluf.

Foi outra coisa.” Serra negou que tente descolar a imagem da do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Não procurei me descolar de Fernando Henrique.

Fui ministro da Saúde convidado por ele.

Eu posso discutir o que eu fiz”, disse.

Mesmo assim, o tucano seguiu com a estratégia de evitar comparações entre FHC e Lula.

Para Serra, falar do passado nessas eleições deve ficar restrito ao currículo de cada candidato. “Lula não é candidato, assim como não são os ex-presidentes (Fernando) Collor (atual senador pelo PTB de Alagoas), (José) Sarney (atual presidente do Congresso), Itamar Franco e Fernando Henrique.

Discutir quem não é candidato não faz muito sentido”, afirmou.

Serra apontou deficiências no País nas áreas da segurança, prevenção de tragédias, infraestrutura e na questão tributária e repetiu o slogan: “O Brasil pode mais.” “Nos últimos 25 anos, o Brasil avançou.

Lula também colocou muita coisa por diante.

Sou de acordo com ele de que devemos dar os créditos a quem fez.

E podemos fazer mais.” Nessa linha, o tucano prometeu, mais um vez, que, se eleito, manterá o programa de transferência de renda Bolsa-Família, criado pelo governo Lula. “Eu vou manter e reforçar o Bolsa-Família porque é uma coisa que funcionou”, afirmou e gabou-se: “O programa juntou bolsas do passado.

Uma delas eu criei quando era ministro da Saúde, a bolsa alimentação para mães que amamentam e para crianças pequenas.” O presidenciável disse ainda que pretende manter o nível no debate da campanha eleitoral. “Uma coisa é responder ao que dizem a meu respeito.

Outra é baixar o nível.

Isso não vou fazer.”