Declaração de Dilma causa polêmica Na Veja Em evento realizado no último sábado, a pré-candidata do PT à Presidência disse que não foge da luta, afirmação interpretada como uma provocação ao seu principal adversário, o candidato José Serra (PSDB).

Ambos combateram a ditadura militar no Brasil.

Envolvida com a luta armada, Dilma foi presa e torturada.

Serra, por sua vez, exilou-se no Chile entre os anos de 1965 e 1973. “Eu não fujo da situação quando ela fica difícil.

Eu posso apanhar, ser maltratada, como eu já fui, mas não fujo da luta.

Em cada época da minha vida, eu fiz o que fiz porque acreditava naquilo.

Eu mudei quando o Brasil mudou.

Eu não fujo da luta.

Nunca abandonei o barco”, disse Dilma.

Serra contra-atacou.

Declarou que grandes políticos do país também foram obrigadas a se exilar durante a ditadura, casos de Miguel Arraes, Leonel Brizola e Marco Aurélio Garcia, figuras da esquerda brasileira e politicamente próximos à Dilma. “Muita gente boa e importante que não tinha condição de ficar no Brasil”, comentou Serra.

A senadora Marina Silva, pré-candidata do PV à Presidência, também manifestou-se contrária à declaração de Dilma. “Não são fujões.

Todos aqueles que saíram do Brasil não fugiram.

Fizeram um ato de legítima defesa de sua vida, porque é assim que cada pessoa faz quando se sente ameaçada”, afirmou, referindo-se aos exilados.

Dois dias depois da declaração polêmica, Dilma se explicou: “De onde tiraram que fugir da luta é se exilar?

O exílio significou a diferença entre a vida e a morte para os exilados brasileiros”, escreveu em sua recém-criada página no Twitter.