O crime chocou não só o Recife, mas todo o Brasil.
A morte do estudante de biomedicina Alcides do Nascimento Lins, 22 anos, no dia 6 de fevereiro, encheu de lágrimas os olhos de todos aqueles que se indignaram com a imagem do desespero daquela senhora em prantos vestida com o jaleco do filho, enterrando não só o corpo dele, mas a luta de toda uma vida.
O rapaz foi morto a tiros, em casa, de madrugada, quando estudava.
Mais de dois meses depois do crime, para perplexidade de toda uma nação, um dos assassinos de Alcides ainda está solto.
A mídia, repentinamente, esqueceu Alcides e voltou seus microfones e gravadores para o novelesco drama da turista alemã assassinada no Recife.
O jovem pobre caiu da pauta?
Se os jornalistas parecem ter tirado Alcides da cabeça, o que dizer da polícia?
Ela diz apenas que “o trabalho continua”.
O presidiário João Guilherme Nunes da Costa, conhecido como Guigo, continua foragido.
Por hora, o único apreendido foi um adolescente que acompanhava Guigo.
O acusado já fugiu da prisão outras vezes, por isso não é considerado um simples suspeito desaparecido.
A polícia teme fazer declarações para não atrapalhar as buscas.
Tudo o que o delegado Isaias Novaes, responsável pela investigação, diz é que a busca “não está sendo aleatória” e que “o trabalho continua”.
O rapaz tornou-se conhecido em 2006, quando foi conferir o listão dos aprovados no vestibular com a mãe.
A história de luta de Maria Luíza, que vendia espetinhos e alugava livros para os filhos poderem estudar, acabou conhecida em todo o País.
Em 2007, Alcides entrou no curso de biomedicina e terminaria a graduação no fim deste ano.
Não deu.
Não deixaram.
Recife envergonhado