Fernada Odilla da Folha Online Depois de definir como “masmorra” a sala onde José Roberto Arruda (sem partido) está preso em Brasília, a defesa do ex-governador do Distrito Federal compara a cela à base militar americana de Guantánamo (Cuba), onde estão suspeitos de terrorismo e prisioneiros de guerra. “A situação de Arruda está pior que em Guantánamo, pelo menos no quesito informação”, afirma o advogado Nélio Machado, citando reportagem da Folha publicada no domingo que relata as condições da prisão em território cubano.

Os prisioneiros de Guantánamo podem assistir a canais árabes por satélite em TVs de plasma, marcar horário para assistir a DVDs e até jogar videogame.

Segundo Nélio, Arruda está há dois meses sem assistir televisão e ter acesso a jornais. “Se a Corte Especial do STJ dar a palavra à defesa, o que não foi feito no dia em que a prisão foi decretada, vou dizer que a situação de Arruda não deve em nada à Guantánamo”, afirmou o advogado do ex-governador, que vai defender ainda que a prisão não foi necessária e que já se entendeu mais do que deveria.

O pedido de liberdade de Arruda deve ser julgado hoje à tarde pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).

A sala onde o ex-governador está preso tem de 16,8 metros quadrados, um beliche, mesa com cadeira estofada, sofá de três lugares, armário com duas portas, frigobar e ar condicionado.

A descrição da cela, acompanhada de três fotos que exibem móveis novos, faz parte do ofício da Polícia Federal encaminhado à subprocuradora-geral da República, Raquel Dodge, responsável pela investigação do esquema de corrupção no DF.