Por Adriano Oliveira Estive no pré-lançamento da campanha de José Serra em Brasília como observador.
Fique impressionado com a união do partido em torno da candidatura de José Serra.
Apesar dos comentários, Aécio deve apoiar Serra.
A dúvida é quanto à intensidade deste apoio e se ele será vice de Serra.
O apoio de Aécio é suficiente para garantir o sucesso eleitoral da candidatura presidencial do PSDB.
Contudo, Aécio no cargo de vice aumenta a intensidade do seu apoio a Serra.
Serra está bem orientado.
O seu discurso foi feito com base em pesquisas.
Cinco temas pontuais ele abordou: saúde, educação, segurança pública, meio ambiente e crescimento econômico.
Serra permitiu que a pesquisa orientasse a sua ação.
Nenhum passo sem cálculo estratégico.
Serra explorou bem a sua origem social.
E associou o seu sucesso na vida ao esforço do seu pai que carregava caixas de verduras para ele “carregar caixas de livros”.
Serra incentivou o eleitorado a pensar no futuro e frisou que o Brasil “Pode mais”.
O discurso de Serra está adequado com as aspirações do eleitorado.
Se antes eu perguntava o que Serra iria dizer aos eleitores, sábado obtive a resposta.
Os assessores de Serra, junto com ele e a cúpula do PSDB escolheram as estratégias corretas: 1) olhar para o futuro; 2) O Brasil “Pode mais”; 3) Esquecer Lula, e trazer Dilma para o debate; 4) Saúde, educação, segurança pública, meio ambiente e crescimento econômico serão explorados na campanha eleitoral.
No entanto, Serra precisa torcer para que parte dos eleitores de Dilma compreenda que a candidata petista não é Lula.
Se Serra conseguir esta proeza, a sua vitória estará pavimentada.
Em Pernambuco, a entrevista de Jarbas publicada pelo JC (11/04) revela a disposição de Jarbas em ser candidato ao governo por conta do projeto nacional de Serra.
A entrevista anima a oposição e também desanima.
Jarbas chama o governador Eduardo Campos de “Dudu”.
Expressão provocativa.
Portanto, Jarbas está muito disposto a vencer a disputa.
O senador também ironiza Eduardo Campos quando ele diz que o governador espera por ele para montar a sua chapa.
Afirmação verdadeira e também provocativa.
Porém, Jarbas erra ao não mostrar disposição para governar o estado.
Ele mostra disposição para o confronto.
Neste caso, vejo que Jarbas dar motivo para os estrategistas de Eduardo explorar na campanha o seguinte ponto: “Você irá votar em alguém que não está disposto/motivado a cuidar (governar) de Pernambuco?” Aposto numa inquietação e posterior desarrumação nos palanques de Eduardo Campos e Lula.
Prefeitos, partidos (especialmente o PMDB) e lideranças expressivas se movem pela expectativa de poder.
Como as eleições nacional e local serão acirradas, deserções no lado da situação brevemente ocorrerão.
Doutor Adriano Oliveira Professor Adjunto do Departamento de Ciência Política (UFPE) Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral (UFPE)