Por Rayder Bragon, especial para o UOL Notícias A senadora Marina Silva, pré-candidata do PV à Presidência da República, disse ter ficado preocupada com a declaração do presidente Lula de que não era admissível ficar subordinado a determinações de juízes e que quando saísse do governo “iria arregaçar as mangas para fazer a reforma política”.
O presidente foi multado duas vezes pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por fazer campanha antecipada para a pré-candidata do PT, a ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. “Eu confesso que vi com preocupação.
A necessária reforma política que nós precisamos fazer não é para colocar os políticos acima da justiça”, disse a senadora durante entrevista nesta sexta-feira (9), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
De maneira indireta, ela também alfinetou Dilma.
Nesta semana, a petista disse em Belo Horizonte ser plausível o voto “Dilmasia”, cenário no qual se imaginaria que os eleitores de Minas Gerais votariam em Antonio Anastasia, governador do Estado e pré-candidato do PSDB para o cargo, e em Dilma para a cadeira de presidente da República. “Eu não faço discurso oportunista, de conveniência.
O eleitor é livre.
Ele vai votar em quem ele quer.
Ele (eleitor) faz a junção que quer e eu acho que é assim que a gente deve encarar a disputa”, avaliou a senadora, que em seguida iria participar da posse do novo presidente estadual do PV, Ronaldo Vasconcellos, secretário municipal de meio ambiente de Belo Horizonte.
Questionada sobre um ponto polêmico, a descriminalização da maconha, Marina Silva defendeu que o tema seja debatido e decidido após um plebiscito com a população. “Como é uma questão bastante polêmica, com uma complexidade muito grande, o que eu defendo para essa questão e a questão do aborto é a realização de um plebiscito.
Não vou fazer um discurso do senso comum, satanizando quem defende o aborto e a descriminalização da maconha”, disse.
Ao responder sobre as coligações que o PV pretende fazer visando o pleito deste ano, a senadora afirmou que a sua legenda vai fazer coligações “de um novo tipo”.
Ela ainda criticou as demais legendas, sem dizer quais, classificando-as de “máquinas de ganhar eleição”. “As pessoas começaram a fazer um cálculo pragmático de quem tem mais tempo de televisão, quem tem mais palanque, que tem mais cacique”, criticou.
A senadora vai permanecer em Belo Horizonte, participar neste sábado de um encontro com evangélicos e ministrar palestra em uma faculdade.