Anúncio foi feito durante homenagem aos presidentes que a empresa já teve desde 1965 (Foto: Divulgação) Por Ângela Belfort, no Jornal do Commercio A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) vai investir R$ 200 milhões este ano para melhorar a sua rede de distribuição.
A distribuidora faz parte do Grupo Neoenergia que vai disputar o leilão para construir e operar a hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará.
Será a maior hidrelétrica a ser construída no País com a capacidade para gerar 11,2 mil megawatts (MW).
Para se ter uma ideia, todo o parque da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) tem a capacidade de gerar 10 mil MW.
A implantação de Belo Monte vai demandar um investimento de R$ 25 bilhões.
O Grupo Neoenergia deverá disputar o empreendimento em parceria com o Grupo Votorantim, Vale do Rio Doce e Andrade Gutierrez. “Quem ganhar vai carregar a Eletrobras que terá uma participação de 49% no empreendimento”, disse Correia.
Voltando aos investimentos em Pernambuco, os R$ 200 milhões incluem também a implantação de três subestações de energia, incluindo uma na localidade de Enseada dos Corais, no Cabo, para aliviar um pouco a demanda de energia na região de Suape.
Este ano, a empresa concluiu um investimento de R$ 90 milhões para trocar todo o sistema comercial (de informática) das três distribuidoras.
Foi usada uma tecnologia de ponta alemã, que também melhora o controle de qualidade e vai deixar mais fácil identificar a energia que está sendo roubada.
Ao ser questionado sobre o atendimento da Celpe, Correia argumentou que a falta de infraestrutura no Estado tem contribuído para que a Celpe demore a reestabelecer o fornecimento de energia, quando o problema ocorre fora da Região Metropolitana do Recife (RMR). “Para diminuir o tempo da interrupção, deve haver um acesso mais fácil.
No interior, há lugares que não se consegue passar, quando chove”, comentou.
AUMENTO A redução média no preço de energia que deve entrar em vigor no próximo dia 29 deverá ser de 9,33%, segundo o presidente do Grupo Neoenergia.
Ele explicou que a redução média não será de 11%, porque o governo federal aumentou em 2,5% a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) e de 1% para 1,3% os recursos que devem ser empregados no programas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
O CCC é um encargo do setor elétrico cobrado na conta de todos os brasileiros para pagar o combustível usado nos sistemas isolados do Norte do País.
O aumento ocorreu para que ele passasse a bancar também o custo da operação, manutenção e investimentos feitos nesses sistemas isolados em áreas remotas do Norte. “Quando a gente reduz a inadimplência e os custos, vem alguém e tem uma ideia brilhante como essa”, comentou Correia.
A Celpe reduziu as suas perdas para 14,84% em março último.
Essa foi a menor perda registrada desde 1993, quando o número mais baixo ficou em 15,12%.
A diminuição das perdas ocorreu também porque a empresa aumentou a adimplência nos seus clientes de baixa renda, que formam um grupo de 1,5 milhão dos seus 3 milhões de consumidores.
Dentro do programa de eficiência energética da distribuidora, foram doadas e vendidas - de forma subsidiada - 20 mil geladeiras, 450 mil lâmpadas econômicas e trocadas a fiação elétrica de cerca de muitos desses clientes.
A Celpe comemorou ontem os seus 45 anos.
Para isso, fez uma solenidade com 12 dos 18 ex-presidentes da empresa e também firmou uma parceria com a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), na qual poderão ser doados recursos para a instituição na conta de luz. “Vamos usar a capilaridade da Celpe que entra na casa de 100% dos pernambucanos para beneficiar quem precisa”, afirmou Correia.