No R7 Acusado de envolvimento no caso conhecido como “escândalo dos aloprados”, ocorrido em 2006, o empresário Valdebran Padilha foi novamente preso nesta quarta-feira (7), no Mato Grosso, durante uma operação da Polícia Federal, que investiga um esquema de desvio de dinheiro federal em licitações e contratos.
Ele e o irmão, o empresário Waldemir Padilha, proprietário da empresa Engesan Engenharia, foram presos temporariamente hoje pela manhã, e devem ser ouvidos na tarde desta quarta na sede da PF em Cuiabá.
O advogado Luiz Antônio Lourenço, que representa os dois irmãos, disse ao R7 que os empresários negam envolvimento no esquema, e classificou a prisão de “absurda”. - A empresa [ENGESAN]realiza obras no Estado, mas eles negam qualquer envolvimento no esquema, e negam também a acusação de lavagem de dinheiro.
Valdebran ficou conhecido após ser preso em um quatro de hotel, acusado de intermediar a venda de um dossiê sobre corrupção que seria usado por petistas contra candidatos tucanos na eleição de 2006, em São Paulo, batizado de “escândalo dos aloprados”.
Além de Valdebran e do irmão, a PF já havia prendido outras 20 pessoas até o início da tarde na Operação Hygeia.
O objetivo da ação é cumprir 35 mandados de prisão temporária – sendo 17 contra servidores públicos – nos Estados de Mato Grosso, Rondônia e Goiás, além do Distrito Federal.
De acordo com a PF, auditorias da CGU (Controladoria Geral da União) revelaram a existência de um esquema de desvio de dinheiro público que resultou em prejuízos estimados em R$ 51 milhões.
A polícia estima, porém, que os valores podem ser ainda maiores e passem de R$ 200 milhões.
As investigações identificaram a existência de três núcleos criminosos distintos, voltados ao desvio e apropriação de recursos públicos federais, que se comunicam por meio de um núcleo empresarial comum.
De acordo com a corporação, o primeiro esquema foi descoberto no âmbito da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) de Mato Grosso - a Funasa ainda não se pronunciou sobre a operação.
Já os outros dois núcleos envolvem a execução de obras que deveriam ser feitas por empresas de engenharia contratadas por prefeituras do Mato Grosso; além de ONGs (organizações não-governamentais) que eram contratadas sem licitação para prestar serviços diversos, por valores superfaturados.
Os envolvidos deverão ser indiciados por formação de quadrilha, estelionato, fraude em licitações, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, peculato, corrupção ativa e passiva, prevaricação, dentre outros.