Por Adriano Oliveira – Cientista Político.
Acredito que o quadro em Pernambuco esteja definido.
Jarbas disputará o governo com Eduardo Campos.
Se Jarbas não fosse candidato, certamente ele já teria dito que não era candidato. É claro que eventos podem ocorrer até o final deste mês.
Estes, por sua vez, podem desencorajar Jarbas de ir para a disputa.
No entanto, presumo que Jarbas é candidato.
Partidários do governador Eduardo Campos acreditam que a disputa será fácil.
Não sou otimista, apesar de reconhecer os avanços do governador Eduardo Campos, em particular na área da segurança pública.
Tenho a impressão de que Campos ficou muito preocupado em arregimentar prefeitos e esqueceu de criar uma marca para o seu governo.
O governo de Eduardo Campos não tem uma identidade.
Faltou criatividade aos seus marketeiros.
Pesquisas revelam que Jarbas, mesmo ausente da negociação política local, mantém capital eleitoral.
Elas revelam que a marca “Jarbas” é atrelada a desenvolvimento.
E que a sua administração ainda está presente na memória de parte dos eleitores pernambucanos.
Portanto, Jarbas não adentrará na disputa para perder.
Prefeitos não garantem reeleição de governador.
Por outro lado, administração bem avaliada é necessária para reeleger um candidato.
Deste modo, e por está no governo, e por ter outras qualidades, como boa imagem, Eduardo tem leve favoritismo sobre Jarbas.
Contudo, o eleitor respeita a administração Jarbas.
O peemedebista tem carisma.
O eleitor admira as posições de Jarbas.
Deste modo, reafirmo: a eleição em Pernambuco será disputada. É importante frisar que as alianças ainda não estão definidas.
O que fará João Paulo, caso seja desprestigiado por Eduardo Campos?
Ambos não podem ocupar o mesmo espaço.
Portanto, o ex-prefeito pode querer se “vingar” de Eduardo.
Fernando Bezerra Coelho está com raiva.
Não tem mais espaço político junto ao governador.
Em 2014 ele também não terá espaço político caso continui com Eduardo.
Portanto, o que fará Fernando na região do São Francisco?
E Inocêncio Oliveira?
Aparentemente, ele está satisfeito.
Friso, aparentemente!
Por fim, não posso esquecer que Eduardo da Fonte pode vir a complicar Eduardo Campos, basta Sérgio Guerra pedir.
Não adianta pressa neste instante.
O mais adequado é aguardar e fazer a correta leitura das pesquisas qualitativas e quantitativas.
Pernambuco assistirá a uma grande disputa.
Embora, muitos ainda não acreditarem!
Adriano Oliveira é Professor Adjunto do Departamento de Ciência Política (UFPE) e Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral (UFPE)