No JB Online SALVADOR - Tradição na Bahia, a queima de Judas é a oportunidade que algumas pessoas têm para se vingar de personagens da classe política que não teriam honrado os cargos que ocupam e traído a confiança do eleitor.
O governador cassado do Distrito Federal José Roberto Arruda, envolvido no escândalo que ficou conhecido como o “mensalão do DEM”, foi o escolhido para ser o personagem-simbolo da traição dos moradores da Rua Padre Domingos de Brito, bairro Garibaldi, próximo ao centro da capital baiana, que sempre realizam uma grande festa no Sábado de Aleluia.
O organizador da malhação do “Judas-Arruda”, o comerciante Jalmirez Bispo disse que todo ano os moradores da rua realizam uma eleição para escolher o personagem-símbolo a partir dos fatos marcantes ocorridos nos meses que antecedem a festa. “Foram três candidatos: o casal Nardoni, (condenados pelo crime de Isabela Nardoni), o governador Arruda e o presidente Lula, que foi incluído para esquentar a polêmica.
Arruda, ficou em primeiro, seguido do casal Nardoni e de Lula”, afirmou.
Os moradores realizaram bingos, rifas e uma série de outros eventos para arrecadar o dinheiro da festa.
Juntaram R$ 1,6 mil com os quais alugaram a estrutura do palco, contrataram uma bandinha e compraram o boneco de Judas de uma família que tradicionalmente fabrica as peças. “O Judas custava R$ 200, mas conseguimos um abatimento e ficou por R$ 180”, disse Bispo, garantindo não ter recebido nenhuma ajuda financeira do “homenageado”.
Bispo passou a Sexta-feira da Paixão, “preparando” o boneco para torná-lo o mais parecido possível com Arruda, inclusive introduzindo dinheiro na cueca e nas meias.
A festa está marcada para começar por volta das 22h deste sábado, com a leitura do “testamento” e a queima do boneco, por volta da meia-noite.