O varejo cresceu mais de 18% em fevereiro deste ano quando comparado com o mesmo mês no ano passado, é o que afirma a pesquisa conjuntural realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio/PE).

O resultado de fevereiro contribuiu para o crescimento de 16% das vendas no primeiro bimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2009.

Houve decréscimo em relação a janeiro, mas devido à sazonalidade do varejo e ao fato de que fevereiro possui três dias a menos de duração.

Essa queda não atrapalhou o bom desempenho do mês, em que todos os segmentos e ramos que compõem o índice Fecomércio/PE cresceram em comparação com fevereiro do ano passado.

O maior índice de crescimento foi verificado no segmento de Comércio Automotivo, especialmente no ramo de concessionárias de veículos, cujo faturamento cresceu mais de 37%.

As vendas no ramo de informática também tiveram um grande aumento, de 33%, fazendo com que o faturamento do setor no primeiro bimestre supere em quase 50% o resultado do mesmo período em 2009. “Apesar dos resultados de fevereiro de 2010 terem superado as expectativas, deve-se notar que o grande crescimento em relação ao mesmo mês de 2009 é decorrente da boa conjuntura atual, mas também do fato de que as vendas estavam muito afetadas pela crise financeira no ano passado”, explica o consultor da Fecomércio/PE, José Fernandes de Menezes.

O bom desempenho das vendas teve reflexo sobre a massa salarial e o nível de emprego, que registraram crescimento.

O total dos salários pagos aumentou cerca de 12% em fevereiro, em comparação com o mesmo mês de 2009, enquanto o acumulado do bimestre ultrapassou 13% em relação ao mesmo período do ano anterior.

As taxas de emprego do bimestre e do mês de fevereiro, por sua vez, cresceram ambas 7% se comparadas com o período equivalente de 2009. “O desempenho indica uma forte recuperação dos postos de trabalho perdidos nos dois meses iniciais de 2009 em decorrência da crise”, afirma o consultor Luiz Kerhle.

Para a Fecomércio/PE, o bom resultado fortalece a expectativa de que o ciclo de expansão do varejo da RMR iniciado em 2004 deverá ter continuidade em 2010, completando sete anos de crescimento ininterrupto.

Com a manutenção da taxa de juros, a demanda deve crescer com a inflação dentro da meta.

Embora seja provável um aumento da taxa Selic ainda no primeiro semestre, o crédito vai continuar em expansão, sem pressionar o aumento da inadimplência e gerando empregos.

O crescimento esperado de cerca de 5,5% da renda nacional deverá levar ao aumento do consumo.

Em Pernambuco, a expectativa é de que o PIB do estado fique mais de dois pontos acima do brasileiro.

Desta forma, é provável que a alta das vendas na RMR ultrapasse 10% em 2010.

VARIAÇÃO PERCENTUAL – O índice Fecomércio/PE do faturamento de fevereiro na RMR registrou, em relação a janeiro, recuo de 7,96% no comércio em geral e de 9,26% quando se excluem as concessionárias de veículos.

Esse resultado se explica, principalmente, pela menor ocorrência de dias úteis em relação no mês e pela comemoração carnavalesca.

Todos os segmentos do comércio tiveram desempenho negativo, com Bens Semiduráveis (-18,96%) apresentando a maior baixa, seguido por Bens Duráveis (-14,75%).

Analisando os ramos, a tendência foi praticamente a mesma.

As maiores retrações ocorreram nas livrarias e papelarias (-29,24%), lojas de informática (-20,72%) e de utilidades domésticas (-12,09%).

Os ramos de supermercados e farmácias e perfumarias ficaram praticamente estáveis, com taxas de 0,37% e 0,25%, respectivamente.

A massa salarial também recuou em relação a janeiro.

O percentual é de -1,88% no comércio em geral e de -1,46% ao serem retiradas as concessionárias.

A maior queda foi no segmento de Comércio Automotivo, com taxa de -4,04%.

Depois, vêm Bens Semiduráveis (-2,32%), Materiais de Construção (-1,58%), Bens Duráveis (-0,95%) e Bens Não Duráveis (-0,53%).

Em relação aos ramos, lojas de tecido fecharam o mês com -6,54%, lojas de utilidades domésticas com -5,85% e concessionárias de veículos com -4,97%.

Móveis e decorações (0,24%) e combustíveis (0,38%) se mantiveram estáveis.

A massa salarial em no ramo de informática, no entanto, teve expansão de 4,44%, devido, sobretudo, à dispensa de trabalhadores.

O índice de empregos teve uma variação de -1,5% em comparação a janeiro.

O segmento com o maior recuo foi o de Bens Semiduráveis, com taxa de -3,16%.

O de Bens Não Duráveis, segmento que teve expansão de 0,95% no número de empregos, foi o único que registrou expansão em todos os ramos.

VARIAÇÃO PERCENTUAL 2 – Em relação ao mesmo mês de 2009 e com valores deflacionados pelo IPCA-IBGE, fevereiro de 2010 teve uma variação positiva no índice Fecomércio/PE para o comércio em geral, com taxa de crescimento de 18,75%.

Este é o maior número dos últimos 24 meses e é devido, sobretudo, ao mau desempenho registrado no ano passado, quando o varejo estava afetado pela crise financeira.

Todos os segmentos expandiram o faturamento, com destaque para Comércio Automotivo (35,68%) e Bens Duráveis (29,09%).

Nos ramos, foi constatado resultado semelhante, com ressalva para as lojas de utilidades domésticas, informática e concessionárias de veículos, que tiveram variações superiores a 30%.

A expansão da massa salarial foi de cerca de 12%.

Nos segmentos, todos tiveram resultados positivos.

Materiais de Construção e Bens Não Duráveis tiveram variações acima da média, de 16,86% e 12,71% respectivamente.

Nos ramos, o maior crescimento salarial foi verificado nas lojas de tecidos (23,81%), seguidas por supermercados (21,49%) e lojas de informática (19,37%).

Apenas o ramo de cine-foto-som e óticas registrou índice negativo, de -3,65%.

O número de empregos subiu quase 7% em comparação com fevereiro de 2009.

Os segmentos que mais contribuíram para o bom resultado foram Materiais de Construção (12,10%) e Bens Duráveis (9,44%).

Em relação aos ramos, os principais resultados foram: informática (19,67%), lojas de utilidades domésticas (15,15%), tecidos (13,41%) e materiais de construção (12,10%).

Em contraposição, foram registrados recuos em cine-foto-som e óticas (-4,16%), vestuário (-2,58%), livrarias e papelarias (-0,39%) e móveis e decorações (0,07%).