Por Adriano Oliveira adrianopolitica@uol.com.br – Professor do Departamento de Ciência Política da UFPE A última pesquisa do Datafolha sobre a eleição presidencial não traz nenhuma novidade.

Cada vez mais, me convenço que a disputa entre Serra e Dilma será acirrada.

Contudo, com leve favoritismo para a candidata petista em razão da avaliação extremamente positiva do presidente Lula e por conta do bem estar econômico do eleitor.

Ressalto, porém, que a pesquisa do Datafolha me chama atenção em alguns pontos, quais sejam: 1.

Considerando o resultado geral, o percentual de José Serra variou positivamente.

Mas dentro da margem de erro.

Na pesquisa de fevereiro, Serra tinha 32%.

E nesta, 36%.

Em ambas as pesquisas, a margem de erro era de 2%.

Portanto, na pesquisa de fevereiro Serra poderia está com 34%.

Neste sentido, Serra pode ter crescido dentro da margem de erro.

Então, não é adequado acreditar que existe tendência de crescimento de José Serra. 2.

Serra está estável.

Os institutos de pesquisas revelam que Serra tem entre 30 a 36%.

O que indago é: Serra tem condições de crescer, ou melhor, de obter mais de 40% de intenção de votos? 3.

José Serra oscilou positivamente entre os eleitores que ganham até dois salários mínimos – ele cresceu de 30% para 35%.

Dilma oscilou de 29% para 26%.

A oscilação positiva de Serra neste segmento poderá ser invertida, já que Dilma tem condições de crescer neste segmento.

Por quê?

Bolsa família e crédito. 4.

José Serra aumentou sua vantagem no eleitorado feminino.

Ele tem 15 pontos a mais (37% a 22%) do que Dilma.

Dado preocupante para o PT.

Será que existe rejeição a Dilma no eleitorado feminino?

Dilma precisa conquistar as mulheres.

Elas podem decidir o pleito eleitoral a favor de Serra. É possível Dilma conquistar o eleitorado feminino?

A resposta desta indagação virá de pesquisas qualitativas. 5.

Dado importante para Serra e Dilma: a pergunta espontânea revela que 59% não sabem dizer ainda em quem irão votar.

Portanto, ambos podem conquistar o eleitor.

Este percentual revela também que não existe “firmeza” na escolha do eleitor. 6.

Notícia boa para Serra e Dilma: a candidata petista registra 33% de intenção de votos entre os eleitores que dão 76% de aprovação ao governo Lula.

Já Serra obtém 32% dos votos nesse segmento.

Estes percentuais revelam que Dilma poderá crescer.

Mas também mostra que o eleitor que avalia positivamente a administração de Lula pode votar em Serra.

Contudo, acredito que Dilma crescerá neste segmento. 7.

Notícia boa para o PT: 58% dos eleitores sabem que ela é a candidata de Lula.

Então, certamente, com a campanha, Dilma crescerá.

Doutor Adriano Oliveira Professor Adjunto do Departamento de Ciência Política (UFPE)Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral