Deu na Folha de S.
Paulo O governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, acusou anteontem a imprensa de cometer “leviandades” contra ele e a esconder, mantendo na “clandestinidade”, programas de sua gestão.
A crítica de Serra foi feita um dia depois de o presidente Lula também desferir ataques à imprensa, dizendo que jornais e TVs agem de “má-fé” ao só divulgar fatos negativos sobre o governo federal.
Durante a solenidade de inauguração de uma unidade radioterápica no Instituto do Câncer, na noite de quinta-feira, Serra foi irônico ao reclamar da falta de divulgação de uma pesquisa sobre o índice de satisfação de pacientes do SUS. “Outro dia nós apresentamos resultados de pesquisa que permaneceu clandestina na imprensa, evidente”, reclamou.
A crítica do tucano foi direcionada aos “jornais paulistas”, os quais acusou de serem levianos na cobertura de inaugurações de obras. “Eu só espero que não vão dizer que eu vim aqui inaugurar obra inacabada ou ressonância que não começou a funcionar”, reclamou.
Ainda no discurso, Serra direcionou uma crítica específica aos veículos on-line. “Os serviços on-line de grandes jornais ontem comeram barriga.” Depois do discurso, ao ser questionado por jornalistas sobre a quem se destinavam as queixas, Serra criticou especificamente a Folha Online, por conta de uma reportagem sobre inauguração de um centro de saúde. “Disseram que eu fui inaugurar um centro de saúde inacabado.
Eu fui inaugurar um centro de atenção integrado à saúde mental pronto para funcionar”, disse o governador, referindo-se à unidade entregue na véspera em Franco da Rocha.“Isso se chama leviandade.
Nenhum grande jornal de São Paulo escapa disso.” Era do rádio O presidente Lula voltou a fazer considerações sobre a imprensa em visita ontem a Salvador.
Em entrevista de cerca de 40 minutos a rádios baianas, Lula exaltou a predileção que tem de falar para esses veículos. “Na rádio, a gente pode falar mais tranquilo.
Jornal escrito a gente tem um pouco de cisma.
A gente fala, fala, fala, o cidadão anota, anota, anota e quando publica não é o que a gente falou, é interpretação”, afirmou. “Na TV, se der moleza, eles conseguem editar e só aparece a parte ruim”, continuou.
Lula voltou a reclamar do fim da CPMF, dizendo que a manobra do Congresso para acabar com a contribuição foi uma “birra”.
Segundo Lula, os próximos governadores “vão pressionar o Congresso para aprovar um novo recurso para a saúde”. “Muitos que votaram contra, vão ser agora governadores e vão pedir dinheiro para bancar a saúde”, afirmou.
No discurso, Lula repetiu que foi o único presidente sem diploma a inaugurar universidade.