Portal Terra O advogado do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, Roberto Podval, afirmou nesta quinta-feira, após o quarto dia de júri, que “as chances são pequenas” para absolvição de seus clientes.

Podval disse ter orientado os réus a falarem “toda a verdade”. “A única orientação que eu dei para os dois é: vão e digam a verdade, porque a gente não vai ganhar esse júri tapando o sol com a peneira”, disse o advogado, se referindo a supostos acordos oferecidos pela polícia para Nardoni confessar. “A gente não tem chance, as chances são pequenas.

Só teremos chance se contarmos a verdade”, afirmou.

Podval criticou a atuação da antiga equipe de defesa e disse que a investigação sobre o caso ficou em “brancas nuvens”. “Eu entrei num júri perdido.

A minha responsabilidade é: eu preciso fazer um trabalho digno.” O caso Isabella tinha 5 anos quando foi encontrada ferida no jardim do prédio onde moravam o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, na zona norte de São Paulo, em 29 de março de 2008.

Segundo a polícia, ela foi agredida, asfixiada, jogada do sexto andar do edifício e morreu após socorro médico.

O pai e a madrasta foram os únicos indiciados, mas sempre negaram as acusações e alegam que o crime foi cometido por uma terceira pessoa que invadiu o apartamento.

O júri popular do casal começou em 22 de março e deve durar cinco dias.

Pelo crime de homicídio, a pena é de no mínimo 12 anos de prisão, mas a sentença pode passar dos 20 anos com as qualificadoras de homicídio por meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e tentativa de encobrir um crime com outro.

Por ter cometido o homicídio contra a própria filha, Alexandre Nardoni pode ter pena superior à de Anna Carolina, caso os dois sejam condenados.