Foto Bernardo Soares JC Imagem Deu no Blog de Josias de Souza Ciro Gomes (PSB) tornou-se, para o PT, um “aliado” indesejável.

As ressalvas ao deputado, antes feitas entre quatro paredes, ganharam o meio-fio.

Líder do PT na Câmara, o deputado Fernando Ferro (PE) trouxe à borda do caldeirão o caldo que ferve no fundo.

Chamou Ciro de “falastrão”, “desequilibrado”, “desesperado” e –a mãe de todas as ofensas— “meio-tucano”.

Os ataques de Fernando Ferro foram pronunciados nesta quinta (25), em entrevista ao programa “Opinião”, veiculado pela Rádio Comunidade FM de Santa Cruz do Capibaribe, de Pernambuco.

Ferro disse que, “quanto mais o Ciro Gomes fala, pior pra ele”.

Afirmou que o presidenciável do PSB “já criticou todo mundo”.

Acha que Ciro ganhou uma aparência de “adolescente rebelde, que está com raiva do mundo”.

Embora ninguém considere a hipótese a sério, Ferro rechaçou a possibilidade de Ciro ser guindado à condição de companheiro de chapa de Dilma Rousseff. “Ele não vai ser vice na nossa chapa, porque o PSB, com todo respeito, não tem estatura para ser vice na nossa chapa, não tem dimensão nacional”.

Avalia que “Ciro perdeu uma oportunidade de ser candidato a governador em São Paulo”, com o apoio do PT e de outras legendas governistas. “Agora quer ser candidato a presidente da República.

Afunda nas pesquisas.

Não tem perspectiva.

Brigou com todo mundo.Brigou com o PCdoB, com o PDT, atacou o PT, atacou o PMDB.

Ele quer ser a palmatória do mundo.Fica fazendo elogios a Aécio [Neves] e aos tucanos.

Ele é, na verdade, um meio-tucano”.

Ferro despejou sobre o microfone da rádio pernambucana um par de perguntas: “O Ciro tá fazendo o jogo de quem nessa eleição?

Vai dividir o governo?” Insinua que o quase-ex-aliado veste a camisa do inimigo: “Se ele fosse do nosso time não tava divindindo a nossa candidatura, tava ajudando”.

Ajudaria “como nós estamos ajudando o governador [pernambucano] Eduardo Campos [presidente nacional do PSB]”.

Para Ferro, se insistir na trilha presidencial, Ciro deslizará nas pesquisas para patamares inferiores aos 13% atuais.

Vai a “7%, 8%”.

Pior: “Vai encerrar uma carreira que poderia até ser brilhante. É uma pessoa inteligente, um bom quadro político”.

Perde-se porque “tem a língua muito grande, é muito falastrão.

E política não pode ser feita como fígado, com raiva, com grito, com ameaças, só com acusações”.

O líder petê diz que Ciro está “desesperado”.

Imagina-se “maior do que é”.

Acha que o PSB não vai “insistir nessa aventura”.

Seria “pior para eles”.

Refere-se à candidatura presidencial de Ciro como um “capricho pessoal”.

E insinua que o governador Eduardo Campos, o mandachuva do PSB, está noutra canoa. “Pelas conversas que tenho com o governador Eduardo, essa candidatura não é unanimidade no PSB.

Ele sabe que o importante é a nossa aliança”.

Declara que o presidente do PSB “está fazendo um trabalho para ver se retira essa aventura de Ciro Gomes para presidente”.

O entrevistador lembrou a Ferro que Ciro dissera que seus passos são combinados com Eduardo Campos.

E o líder petista: “Não é isso que a gente conversa com o governador Eduardo Campos.

Ele tem um certo constrangimento”.

Acrescenta: “O que o Ciro fala, pela boca, ele solta muita labareda.

Eu acho que ele, lamentavelmente, virou um falastrão que não tá sendo levado a sério…” “…Todo mundo tá achando que ele é apenas uma pessoa que tá querendo brigar com Deus e o mundo.

Tá meio revoltado”.

Avalia que Ciro passa à opinião pública a imagem de “alguém que tá desesperado, que tá aperreado, tá nervoso e desequilibrado”.

Afirma, de resto, que, para ser presidente da República, “tem que ter equilíbrio” e “cabeça fria”.

Do contrário, “não aguenta, pipoca, renuncia, chora, se destrói”.

Evoca o exemplo de Lula: “Tem cabeça fria, ouve, recebe críticas de todo jeito…” “…Mas tem a capacidade de perdoar, de amenizar.

E reage quando é preciso, mas sem perder o equilíbrio…” “…O Ciro, lamentavelmente, é uma figura desequilibrada.

E com deesequilibrio não tem condições de assumir uma presidência da República”. É de perguntar: com aliados assim, quem precisa de inimigos?