Clarissa Oliveira - O Estadao de S.Paulo O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) arrematou ontem o apoio de cinco partidos para disputar o Palácio dos Bandeirantes na eleição de outubro.
Poucas semanas depois de acertar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sua entrada na corrida estadual, o senador organizou um almoço em sua casa, na capital paulista, para selar um acordo com PC do B, PDT, PRB, PPL e PR.
O primeiro contorno dado à chapa petista ajudou a empurrar o PSB para o isolamento.
A sigla, que há poucas semanas era assediada pelo PT, tinha esperanças de atrair ao menos parte dessas legendas para a candidatura do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.
Entre os alvos da estratégia estavam PR, PRB e PC do B.
Num cenário com oito candidatos, entre eles Skaf e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), essa coligação, acrescida do PT do B ? que também negocia com o PT ? renderia a Mercadante pouco mais de 4 minutos na propaganda partidária no rádio e na TV ? quase um quarto de cada bloco de 18 minutos reservado a candidatos a governador. “Ainda vamos reunir nossa Executiva, mas demos um passo grande e o Mercadante está muito entusiasmado”, disse a presidente estadual do PC do B, Nádia Campeão, que foi vice do petista em 2006.
Desta vez, porém, a vaga de vice deve ficar com o PDT.
O PT queria o prefeito de Campinas, Dr.
Hélio.
Mas o PDT ofereceu o nome do prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira.
A montagem da coligação tende a azedar ainda mais a relação entre PT e PSB, que começou a balançar desde que os dois partidos deram por enterrado o projeto de transformar o deputado Ciro Gomes (PSB) em candidato da base ao governo de São Paulo.
Oficialmente, o PT insiste no discurso de que não deixará de tratar o PSB como aliado.
Nos bastidores, os dois lados admitem que um novo acordo é praticamente impossível. “Não vamos tratar Skaf e o PSB como nossos adversários.
Vamos investir para manter o diálogo”, arriscou o presidente do PT-SP, Edinho Silva.
O PDT, porém, não disfarça que está por trás do veto a Skaf, o que ajudou a minar a aliança com o PSB. “Nossa posição aqui foi muito clara.
Se o Paulo Skaf estiver em qualquer um dos quatro cargos principais da chapa ? governador, vice ou uma das vagas para o Senado ? o PDT está fora da aliança”, disse o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (SP).