Foto: Alexandre Gondim Por Chico Ludermir Durante discurso em audiência pública realizada nesta manhã na Câmara Municipal do Recife, o ex-vereador Luiz Helvécio (ex-PT) disse que o negócio feito entre a Realesis e Santa Casa de Misericórdia teria a finalidade de cobrir as dívidas da irmandade, salvando-lhe parte do patrimônio.

Para ele, D.

Fernando Saburido herdou um “abacaxi” da gestão de D.

José Cardoso Sobrinho, quando teria sido assinado o contrato de concessão do terreno por 50 anos, em maio de 2008. “Pesa sobre as costas de D.

Fernando essa decisão.

Quando assumimos cargos importantes, herdamos o ônus e o bônus”, disse o ex-vereador.

Helvécio contou que o empreendimento Paço Alfândega, baseado em outro terreno da Santa Casa e administrado hoje pela mesma Realesis, não deu os lucros esperados quando era administrado pelo empresário Álvaro Jucá.

Por isso, R$ 20 milhões em casas hipotecadas da Santa Casa estariam correndo o risco de ser perdidas para o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), órgão responsável por parte dos empréstimos para a construção do Paço Alfândega.

Bancos pedem sempre imóveis em garantia dos empréstimos.

O BNB é um banco público.

Seria essa a razão pela qual a irmandade, supostamente com problemas financeiros graves, precisaria dos cerca de R$ 2 milhões anuais pagos pela Realesis pelo aluguel do sítio da Tamarineira, além do R$ 1 milhão que já recebeu, a título de antecipação pelo negócio.

As acusações que pesaram sobre o projeto durante a audiência foram muitas.

Os vereadores presentes apresentaram ponderações e o “plenarinho” lotado da Câmara aplaudia os impedimentos feitos ao shopping.

Além da lei tombamento completo da área, não apenas do prédio principal, como se falava, apresentado por Priscila Krause, o fato de ser Imóvel de Preservação de Área Verde (IPAV) obrigaria a preservação de 70% da mata local.

Além disto, estar situado dentro do terreno dos 12 bairros obrigaria ainda um estudo de impacto detalhado pela prefeitura.

Segundo Cândida Bonfim, representante da PCR, nada chegou oficialmente à secretaria de controle e desenvolvimento urbano do projeto.

O representante da Realesis, Armando Sabóya Filho,por sua vez, alegou que a zona norte precisa de mais um shopping. “Agora com mais um shopping na zona sul, sem um shopping na zona norte o trânsito ficará impraticável”, justificou.

Tendo escutado diversas críticas também da sociedade civil defendeu-se dizendo que tudo será feito de acordo com as leis.

Nem a santa Casa nem a Arquidiocese de Olinda e Recife estavam presentes na audiência.

D.

Fernando justificou ausência dizendo que ali seriam apresentadas apenas informações técnicas e que por isso, ele seria seria dispensável.

Os vereadores, no entanto, esclareceram que o objetivo não foi este, mas de discutir a destinação do sítio da Tamarineira.