Do blog de Josias de Souza Ciro deu entrevista à TV Brasil.
Vai ao ar nesta quarta (24), às 23h.
Reafirmou sua candidatura à sucessão de Lula.
E se Lula o convidasse para ser vice na chapa de Dilma Rousseff, perguntou-se ao deputado.
E Ciro: “Sou candidato a presidente, não a vice”.
No curso da entrevista, Ciro alvejou o grão-petê José Dirceu.
Revelou detalhes da ação subterrânea do ex-ministro de Lula.
Contou que Dirceu esteve com dois governadores do PSB: Cid Gomes (Ceará) e Eduardo Campos (Pernambuco).
Disse a ambos que, se apoiassem Ciro, em detrimento de Dilma, arrostariam a oposição do PT nos seus respectivos Estados.
Ouça-se Ciro? “Dirceu […] foi visitar o governador do Ceará e disse, com toda a delicadeza que se o irmão dele fosse candidato a presidente do Brasil…” “…Ia fazer o PT ir contra a ele [Cid] no Ceará.
Teve ainda o desplante de fazer a mesma coisa com o Eduardo Campos, em Pernambuco”.
Ciro reclamou: “Não é assim que se trata um amigo, parceiro ou companheiro”.
Noutro trecho, discorreu sobre o tipo de aliado que considera ser: “Sou um aliado do PT.
Agora, sou um aliado que exige respeito.
O PT está acostumado a tratar seus aliados como se fossem seus empregados e a destratá-los, como faz com o PCdoB”.
A menção ao PCdoB não é gratuita.
Ciro esperava atrair o partido para o seu projeto presidencial.
Lula e o PT agiram para impedir.
Ciro soou como se quisesse dizer que, ao tentar retirá-lo da disputa presidencial, o presidente e o petismo acabam por admitir a fragilidade de Dilma: “Eu tento dizer aos companheiros do PT que, se o Lula, com a força legítima e a popularidade extraordinária e merecida que tem…” “…Não tiver segurança de que a Dilma ganha as eleições de mim, que estou trabalhando apenas com as unhas, é porque ela vai perder para o Serra…” “…E aí será uma tragédia.
O Brasil vai voltar aos anos do FHC.” Sem mencionar o nome de José Serra, Ciro insinuou que o rival tucano está por trás das notícias que alvejam a candidatura de Dilma e os aliados dela. “Isso já começou.
Vocês vão ver na grande mídia.
Vai ser uma pancada por semana na Dilma…” “…Vão pegar José Dirceu, [Fernando] Pimentel [coordenador de campanha de Dilma].
Depois vão pegar o fundo de pensão de Furnas”.
Eximindo-se de avaliar o mérito do noticiário, Ciro acrescentou: “É cruel.
O brasileiro talvez não tenha idéia do que é enfrentar a máquina clandestina de difamação que o PSDB de São Paulo montou.
Eu já passei por isso”.
Ciro repisou as críticas à tática plebiscitária que Lula imprimiu à sua sucessão.
Uma estratégia que, no dizer do deputado, reduz a campanha a uma disputa entre “os amigos do Lula e os amigos de FHC'.
O modelo não serve ao país, disse Ciro.
Por quê?
Impede que o eleitor preste atenção aos outros cargos que estão em jogo na eleição. “Quem manda [no país] não é o presidente. É o Congresso Nacional.
Por isso pretendo dizer em minha campanha ao cidadão…: “Se você quer votar em mim, então me dê deputados e senadores”.
Ciro acha que é o único que tem legitimidade para dirigir o apelo aos eleitores: “Só eu posso dizer isso, porque o Serra está com uma banda de podridão e a Dilma está com a outra”.
Enalteceu Dilma: “Dilma tem um grande histórico, mas pode cometer um erro no processo político eleitoral porque nunca foi candidata a nada".
Consdiera-se mais bem preparado que a preferida de Lula: “Sou, por ter mais estrada, o mais preparado para o debate…” “…Isso não diminui a Dilma, que é uma pessoa extraordinária e de muito valor. É uma grande administradora, gosta do Brasil, é decente…” “…Se o país escolhê-la, pode saber que estará com uma grande presidente.
Não tenha dúvida disso.
Mas eu tenho mais experiência do que ela”.
Procurados, Dirceu e dirigentes do PT não quiseram comentar as declarações de Ciro.
A cúpula do tucanato posiconou-se assim: “Ao ser retirado de sua base eleitoral, o Ceará, Ciro Gomes foi jogado em um vácuo político…” “…Não tendo o que fazer, depois que foi enganado e rejeitado pelo PT, o deputado, que já foi condenado quatro vezes pela Justiça por difamação, faz o que lhe resta: o uso da língua de aluguel”.