A deputada Miriam Lacerda (DEM) afirmou, hoje, que a saúde pública em Caruaru está igual à cantiga da perua “de pior a pior” e que a situação é tão grave que a população batizou o Hospital Regional do Agreste (HRA) de “matadouro humano” porque os problemas são tantos, acontecem da emergência até a realização de cirurgias, porque simplesmente falta tudo por lá, garante.
Ela denunciou que na falta de leitos, os pacientes ficam jogados nos corredores, em macas, e a espera é tanta que muitos chegam a falecer sem atendimento. “Neste final de semana, o serviço foi ao fundo do poço.
Caruaru dispõe de cinco viaturas do Samu que, diariamente, são escaladas para atender a população, mas só uma estava operando simplesmente porque o HRA ficou com as macas “emprestadas” para que os pacientes que foram levados pelo Samu não ficassem no chão”.
Segundo a deputada, quem ligava para o Samu pedindo socorro ouvia a seguinte resposta. “Não podemos atender porque as unidades estão sem macas que ficaram no Hospital Regional do Agreste e, sem macas, não podemos prestar atendimento”.
Miriam destacou ainda que a falta de material para cirurgias na unidade de traumatologia tem causado sérios problemas no HRA onde existem pacientes que esperam há mais de dois meses por uma prótese e a desculpa é que o atraso é do fornecedor. “Além de material, faltam médicos especialistas, a exemplo de cardiologistas e neurologistas.
Já recebemos denúncias de motoristas de ambulâncias de cidades do Agreste denunciando que, quando chegam pacientes vítimas de acidentes ou com problemas cardíacos, eles são obrigados a se deslocar para o Recife”.
Com relação à saude pública municipal, a deputada disse que a situação também é dramática. “A administração de Caruaru tem se preocupado única e exclusivamente com obras de fachada, praças e mais praças são anunciadas, enquanto a população pobre morre à míngua.
Metade dos postos do Programa de Saúde da Família (PSF) estão sem médico, a exemplo do Jardim Panorama, Loteamento, José Liberato, Vila Fernando Lyra, Loteamento Afonsinho I, São Francisco, entre outros na zona urbana.
E na zona rural é a mesma coisa.
Faltam médicos na Vila do Rafael, Serra Velha, Cajá, Murici entre outras localidades, como foi mostrado, inclusive, pela TV Jornal.
E nas policlínicas faltam pediatras e as pessoas são obrigadas a fazer uma peregrinação em busca de atendimento para suas crianças”.
Ela finalizou lamentando que o governador Eduardo Campos não tenha feito uma visita aos hospitais de Caruaru, semana passada, quando esteve lá para instalação da audiência pública convocada pelo governo do Estado sobre a construção da Adutora do Agreste.