A luta pela autonomia da Chesf envolverá políticos de todas as esferas e dos mais diversos partidos. É o que ficou acordado, hoje pela manhã, em audiência pública da Comissão de Cidadania da Assembleia Legislativa sobre as conseqüências da reestruturação da Eletrobrás para o desenvolvimento de Pernambuco e do Nordeste.
Entre os participantes do encontro estavam os líderes da Oposição, Augusto Coutinho, e do Governo, Isaltino Nascimento, além do líder do PT na Câmara, Fernando Ferro e do deputado federal Raul Henry. “Dizer que a mudança vai fortalecer a Chesf é um desserviço e uma visão equivocada dessa medida precipitada”, declarou Ferro.
Henry criticou a falta de discussão com a sociedade. “Os funcionários também não devem se iludir com promessas, pois a Chesf tem mais de cinco mil servidores, enquanto a Eletrobrás, cerca de 200.
Como será quando fortalecerem a operação longe daqui?”.
Integrantes do Ilumina Nordeste, do Clube de Engenharia e do Sindicato dos urbanitários destacaram a história da Chesf, as muitas ameaças de desmonte da empresa e sua importância para o desenvolvimento do Estado e Região. “Somos a favor do fortalecimento da Eletrobrás, mas não da destruição de uma empresa regional como a Chesf para centralização do poder no Rio de Janeiro.
Isso não faz sentido”, ponderou José Antônio Feijó, do Ilumina NE.
Os deputados Geraldo Coelho e Miriam Lacerda, além do vereador Jurandir Liberal, também registraram seu apoio à regionalização do setor elétrico. “O crescimento do Nordeste chega a superar o do Brasil, temos que defender nossas potencialidades”, afirmou Coelho.
Ao final da audiência, foi acordada a realização de um amplo debate sobre o tema, envolvendo, inclusive, as assembléias legislativas de outros estados nordestinos, com a presença do presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz, que mandou carta justificando a ausência e se colocando à disposição para esclarecer o assunto em outra ocasião. “Também vamos solicitar audiência com o ministro das Minas e Energia, para conhecer detalhadamente esse projeto que ninguém conhece e saber os motivos de o país ir de encontro à tendência mundial de descentralizar os serviços”, afirmou Terezinha.