O ato de prever na política Por Adriano Oliveira – Professor do Departamento de Ciência Política da UFPE.
Não é a primeira vez que o governador Eduardo Campos faz previsões erradas.
Na eleição para prefeito, segundo declarações de Raul Jungmann, Campos fez apostas iniciais equivocadas.
O governador de Pernambuco apostou em Ciro por não acreditar que Dilma era competitiva.
E hoje está com um problema, o qual é grave, já que Ciro Gomes poderá sair da disputa atirando.
Através de pesquisas qualitativas, Eduardo Campos poderia ter descoberto, antecipadamente, que Dilma era competitiva e, por conseqüência, não ter permitido que Ciro dissesse que era candidato a presidente.
Por várias vezes, indaguei quanto ao que Serra tem a dizer ao eleitorado.
O candidato do PSDB não sabe ainda o que dizer.
Contudo, considerando que Dilma deve vencer no Nordeste, Serra precisa ter consagradora votação no Sudeste para vencer a candidata do PT.
Sem querer, sem prever, Lula criou ferramentas para que Serra conquistasse o eleitorado fluminense.
O debate sobre o pré-sal beneficia candidatos.
Assim como prejudica.
Já que foi Lula que enviou a proposta de organização da exploração do pré-sal para o Congresso, Dilma poderá obter custos em razão da precipitação de Lula.
A Câmara prejudicou o estado fluminense, já que este poderá perder receita.
Neste sentido, José Serra poderá explorar a perda de receitas do Rio de Janeiro, em razão da inabilidade do presidente Lula, e obter benefícios na disputa eleitoral.
Em particular, conquistar os eleitores cariocas.