Agência Brasil BRASÍLIA - O Senado Federal deve definir ainda este ano a questão da distribuição dos royalties do petróleo e evitar uma “disputa fratricida” (aquele que mata o próprio irmão) entre os estados, afirmou nesta sexta-feira a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Ela participa da reunião do Conselho de Administração da Petrobras, em Brasília.
Dilma disse que não tem certeza se a decisão dos senadores será tomada antes ou depois das eleições.
Ela reforçou a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já havia falado sobre a discussão do assunto neste ano eleitoral. - Quando nós discutimos esse processo, o presidente tinha sugerido que não se apresentasse agora neste ano de 2010 os projetos de royalties, que se deixasse para discutir sem as emocionalidades que cercam essa questão - lembrou.
A ministra descartou qualquer interferência do governo após a aprovação no Senado. - Nós não trabalhamos com essa hipótese e seria um desrespeito ao Senado, aos senadores e ao Congresso discutir uma questão dessa a esta altura - acrescentou. - É uma coisa interna do Senado e não tem como a gente interferir.
Acho que a tendência é haver por parte do Senado uma busca de um consenso para evitar que seja uma disputa fratricida entre irmãos - completou.
Para a ministra, a Casa tem todas as condições de encontrar a solução dos royalties. - O senador tem a função de preservar o cerne da Constituição.
Então eu acho justo esperar que o Senado o fará - afirmou.
Segundo Dilma, o Norte e Nordeste não eram desfavoráveis à proposta encaminhada pelo governo, que foi derrotada na Câmara.
Ela destacou ainda que a discussão foi profunda com todos os Estados. - Discutimos com os estados produtores e estruturamos uma proposta de consenso que foi aquela que o governo apresentou - ressaltou.
A ministra disse ainda que o governo fez as avaliações necessárias para analisar os aspectos jurídicos e técnicos e a importância para os interesses dos estados, com base nos preceitos da Constituição, que determina que os produtores, como o Rio de Janeiro, São Paulo, e o Espírito Santo, sejam contemplados de forma diferenciada. - O projeto que foi para a Câmara, e infelizmente derrotado, contemplava essas duas questões: uma era dar para os estados produtores uma sinalização de recursos maiores, porque assim a Constituição previa, e para os demais estados e municípios era mudar a lógica até então vigente e distribuir recursos - disse.