Da Folha Online, em Brasília O Senado aprovou nesta terça-feira requerimento que pede ao TCU (Tribunal de Contas da União) para auditar os recursos aplicados pela Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo) em fundos de pensão.

De autoria do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), o requerimento pede que o TCU investigue a aplicação de recursos dos fundos de pensão Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil), Funcef (Fundação dos Economiários Federais) e Petros (Fundação Petrobrás de Seguridade Social) na cooperativa –acusada de desvios de recursos com a suposta participação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. “Com o objetivo de preservar os recursos públicos aplicados pela União nos fundos de pensão, solicitamos que seja realizada auditoria para analisar a transparência da aplicação financeira das entidades de previdência pública já citadas na Cooperativa Habitacional dos Bancários”, afirmou Dias.

A oposição aproveitou a presença do senador Marconi Perillo (PSDB-GO) no comando da sessão plenária desta terça-feira para colocar o requerimento em pauta.

Com poucos governistas em plenário, o requerimento de Dias foi aprovado de forma simbólica –sem o registro dos votos no painel do Senado.

Segundo o tucano, o Ministério Público de São Paulo identificou “milhares de movimentações financeiras fraudulentas” na cooperativa que tinham como objetivo “ludibriar os cooperados que aplicavam suas economias em empreendimentos imobiliários”.

O promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo, investiga o suposto esquema de desvio de verba da Bancoop que teria a participação do tesoureiro do PT.

De acordo com reportagem da revista “Veja”, o promotor analisou mais de 8.000 páginas de documentos do processo que envolve o desvio de recursos e concluiu que a direção da Bancoop movimentou R$ 31 milhões em cheques para a própria cooperativa.

Esse tipo de movimentação é uma forma de não revelar o destino do dinheiro.

Segundo a denúncia, dirigentes da cooperativa teriam criado empresas fantasmas que prestavam serviços superfaturados e faziam doações não contabilizadas ao PT.

Para Blat, há indícios de caixa dois, uma vez que os recursos repassados ao partido não constam dos registrados da Justiça Eleitoral.